Sobre as Marchas da Dignidade: Comunicado das Juventudes Libertárias de Madrid


Grande

Sobram os motivos para lutar. E não para dignificar as condições de exploração e de sujeição de antes da crise. Nem queremos desemprego, nem nos queremos ver obrigados a vender o nosso tempo e esforço para enriquecer um empresário. Não queremos maior controlo sobre a classe política, nem mais votações nem consultas públicas; queremos destruir o Poder e a Autoridade e construir a organização da vida social e económica de baixo a cima, de forma horizontal, através da livre união e da federação das pessoas de modo a organizar conjuntamente e de forma solidária as nossas vidas e dar respostas colectivas aos problemas que surjam no nosso dia-a-dia. Não queremos uma tíbia igualdade política, como conceito abstracto: lutamos pela igualdade económica e social, pela destruição das classes sociais que se cimentam sobre o roubo legal (a propriedade privada), acreditamos na necessidade de combater o sexismo, o racismo e qualquer forma de domínio como pilares do Estado e do Capital.

Como aspiramos a isso, começamos desde a nossa própria luta diária a tentar funcionar da forma como pretendemos: sem líderes, nem hierarquias, mediante a acção directa dos próprios implicados nas lutas sem delegar em ninguém (nem juízes, nem políticos, nem profissionais dos sindicatos, nem polícias), tendo a solidariedade e o apoio mútuo como base.

Por isso nos enoja tanto ver aspirantes a líderes de massas, como o alcaide Gordillo ou o “liberado” Cañamero, a tomarem banhos de multidão e a “engolirem” câmaras de filmar. Que faz um alcaide, que participa na estrutura do Estado, que serve para manter a ordem estabelecida e que ostenta um cargo de poder, ou um profissional dos sindicatos, que participa no sistema de delegação que destruiu o movimento operário através do voto nas eleições sindicais, a conduzir lutas? A resposta é simples: carreira política. Para eles e para os seus seguidores apenas lhes podemos dizer que, como anarquistas, nos negamos a participar no colorido de siglas que marcham ao som dos seus interesses.

Não nos importa o carácter massivo de um protesto onde prima o espectáculo e o aparecer na televisão, em que partidos políticos e sindicatos disfarçados de alternativos dão colorido a um carnaval que disfarça a luta para pescar adeptos e conseguir lucros eleitorais. Lutaremos contra o Estado e o Capital como a origem das injustiças e das desigualdades, e lutaremos contra os seus gestores e CONTRA OS ASPIRANTES a serem gerentes de um capitalismo e de um poder autoritário, ainda que mais tíbio e mais difuso.

Organiza-te e luta sem líderes nem hierarquias!

Contra toda a autoridade! Pela anarquia!

Juventudes Libertárias de Madrid

24/3/2014

http://juventudeslibertariasmadrid.wordpress.com/

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