
Este manifesto da Confederação Geral do Trabalho, possivelmente de 1931, quando o regime fascista através de homens de mão pretendeu substituir o 1º de maio, dia de luta dos trabalhadores, por um dia de “glorificação do Trabalhador”, é um exemplo da combatividade da antiga Central Sindical anarco-sindicalista. Mesmo em regime de ditadura, sob o fascismo, na ilegalidade, a C.G.T. era uma voz forte, sem “paninhos quentes” na defesa dos trabalhadores. Uma voz que hoje, com um sindicalismo anémico, partidodependente, inconsequente e sem chama, fazia toda a falta e todo o sentido para conseguirmos inverter as cedências, os cortes, as derrotas a que temos estado sujeitos em Portugal nos últimos anos.

A “Glorificação” do Trabalhador
Uma das farsas mais ignóbeis e hipócritas até hoje representadas pelos opressores e exploradores do povo
Das alfurjas reaccionárias do capitalismo espoliador, servidas pelos molossos e rafeiros duma imprensa imunda, surgiu a peregrina ideia da “Glorificação” do Trabalhador, espécie de mea culpa hipócrita de todos os bandidos que vivem à custa do esforço e miséria do proletariado.
Como os devotos, que depois duma existência de baixas infâmias e dos piores crimes, procuram iludir as aparências, doando à Igreja uma parte das suas rapinices, e que ela aceita gulosamente, absolvendo os repugnantes doadores, os inventores da já célebre “Glorificação” do Trabalhador, procuram lançar poeira aos olhos dos que trabalham, depois de terem exercido sobre eles uma exploração criminosa e despótica.
As forças vivas de braço dado com os altos dignatários da Igreja e do Estado, acolitados pela imprensa mercantilista, todos cúmplices na espoliação e tirania existentes, vão, sem dúvida, colocar no peito de alguns desgraçados velhos, de mistura com umas repugnantes migalhas, condecorações glorificadoras da miséria e do sofrimento que os têm torturado durante toda a sua vida.
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