Cerca de 300 antidistúrbios participaram nas buscas esta manhã ao CSO Casa de la Muntanya
Gigantesco aparato policial, junto à Casa de la Muntanya ao principio da manhã de hoje
Busca num andar na avenida Gran de Sant Andreu (Barcelona)
Interior do Ateneu Llibertari del Palomar, em Sant Andreu (Barcelona), depois das buscas
#operacionpandora #yotambiensoyanarquista
Já estão convocadas algumas dezenas de manifestações para esta tarde em Barcelona, Madrid e várias outras cidades sob o lema “eu também sou anarquista”, em protesto contra a prisão e as buscas realizadas esta manhã sobre o movimento libertário no Estado Espanhol. Mais de 300 agentes da policia estiveram envolvidos, desde antes das seis da manhã, nas buscas a três centros sociais de Barcelona e a várias residências particulares. As últimas informações referem a prisão de 11 pessoas. 8 em Barcelona, 1 em Manresa, 1 em Sabadell e outra em Madrid. O Estado, de cada vez que o movimento libertário ganha alguma força e expressão na rua e nos locais de trabalho, tenta destruí-lo através da intimidação e da repressão, colando-o a “perigosos terroristas”. Foi assim há um par de anos com o caso Scala, é hoje com esta operação ridícula que só pode ter uma resposta: a solidariedade nas ruas contra as vítimas de um Estado que para calar quem se lhe opõe responde com recurso à mais feroz das repressões e à aprovação de uma das leis mais restritivas da liberdade de expressão e de manifestação de que há memória nos países ocidentais – a lei mordaça aprovada há alguns dias no Parlamento de Madrid. Pela solidariedade efectiva com as vítimas da repressão do Estado e do Capital. Em Barcelona, Madrid e onde quer que seja. Publicamos de seguida o comunicado da CNT de Sabadell apelando também à solidariedade para com os detidos, alegadamente por terem colocado “engenhos explosivos em caixas multibancos”, uma acusação não provada por qualquer tipo de apreensão de material, para além de “computadores, telemóveis e livros”.
CNT pela liberdade dos detidos na operação Pandora
“Hoje, 16 de Dezembro, os Mossos (polícia autonómica catalã) por ordem da Audiência Nacional realizaram uma operação contra o movimento libertário. A operação terminou com 11 detidos, um deles um companheiro de Sabadell, e buscas à Casa de la Muntanya, ao Ateneo Libertario de San Andrés e ao Ateneo Anarquista de Poble Sec. Nas buscas a estes locais os Mossos levaram computadores, telemóveis e livros. Também fizeram buscas a várias residências particulares, provocando diversos prejuízos.
A operação ordenada pelo juíz Bermúdez da Audiência Nacional de Madrid teve como objectivo desmantelar uma suposta organização anarquista que teria colocado vários engenhos explosivos em caixas multibanco. Desta operação não foi anunciada a apreensão de qualquer tipo de engenho explosivo: o único material que os Mossos apreenderam foram telemóveis, computadores, material informático e livros.
Estamos mais uma vez frente a uma macrooperação orquestrada pela Audiência Nacional e o seu braço executor, o corpo de Mossos, de perseguição e criminalização do movimento libertário. Aqui em Sabadell, a 15M de 2013, vivemos já a entrada e as buscas no Ateneu Libertário e a apreensão de material informático, para além de um detido na sua residência.
Parece que a Audiência Nacional e os Mossos estão muito preocupados em combaterem um suposto terrorismo anarquista. Mas não estão, em absoluto, voltados para combaterem os problemas reais que nos afectam: a corrupção política, os despejos ordenados pela banca, a exploração e a precariedade laboral, a violência de género, etc.
Sempre foi para nós claro a que o Estado serve: aos poderosos, à classe política, empresarial e à banca. E não é porque que nos perseguem que vamos deixar de combatê-los. Sabemos que qualquer dia pode-nos tocar a nós, mas que fique claro que nem este tipo de operações pessoais e mediáticas, nem a aprovação de leis repressivas como a Lei Mordaça, nos farão calar.
Continuaremos a lutar por uma sociedade sem exploração: uma sociedade em que todos tenham direito à saúde, habitação, educação e trabalho digno; uma sociedade em que sejamos os trabalhadores e trabalhadoras a tomarmos as decisões sobre as nossas vidas e que não decidam por nós grupos empresariais, da banca ou políticos. Uma sociedade sem insituições hierárquicas, sem estado nem capitalismo.
É por tudo isso que fazemos um apelo à participação na concentração pela liberdade dos presos que terá lugar hoje, 16 de dezembro, na Praça do Diamante, no bairro de Gracia, em Barcelona.
Liberdade para os presos do 16D!
Basta de montagens policiais contra o Movimento Libertário!
Confederación Nacional del Trabajo (CNT)
Sindicato de Oficios Varios de Sabadell
http://cnt.es/noticias/cnt-sabadell-por-la-libertad-de-los-detenidos-en-la-operaci%C3%B3n-pandora
Algumas das manifestações marcadas para esta tarde em solidariedade com os presos desta manhã (o que denota uma grande capacidade de mobilização e organização dos libertários do Estado Espanhol):