(Mona Lisa de bigode, de M. Duchamp)
- Não existe anarquismo, mas anarquismos. Bakunine é tão anarquista quanto Max Stirner. O pensamento deste último foi caricaturado e abusivamente classificado como absurdo e etiquetado de individualista. Uma simplificação. Mas foi lido e comentado, com visível irritação, por exemplo, por Marx. O século XX recuperou-o como percursor do niilismo nietzscheano e até como inspirador do homem livre de Sartre. A bibliografia existente sobre Stirner é extensa e é, hoje, consensual considerá-lo como um dos protagonistas da história do pensamento europeu. Gerou polémicas que o tornaram uma ameaça e um “passageiro clandestino da história” (J. Bragança de Miranda, no posfácio a O Único e a sua Propriedade, ed. Antígona).
- Não é possível considerá-lo um filósofo anarquista colectivista, mas menosprezar o papel de Johann Caspar Schmidt (o verdadeiro nome de Stirner) é um erro grosseiro. Basta lembrarmo-nos que o Único foi o livro de cabeceira de Marcel Duchamp. E que Duchamp foi um dos artistas mais influentes do século XX. Não é a arte contemporânea, também, um murro no estômago das hierarquias ?
- A desordem passará !
Luís Serra, Évora
Parabens ao coletivo por mencionar esse grande pensador anarco-individualista. Deixo como sugestão a vocês a escola de Boston do anarcoindividualismo, representada por Benjamim Tucker e Thomas Hodsgkin no século XIX e hoje, em um sentido muito mais amplo, pelo C4SS (http://c4ss.org/)
Para além da falsa dicotomia ‘anarquismo colectivista / individualista’ e da referência a Marcel Duchamp enquanto artista contemporâneo, não entendi a necessidade de mencionar o “nome verdadeiro” de Max Stirner, visto que incorre numa enorme incoerência com o próprio pensamento anarquista.
É por isto que o movimento anarquista não sai da cepa torta. Sobre anarquismo aprendam com quem sabe do que fala: https://ithanarquista.files.wordpress.com/2013/09/felipe-corrc3aaa-e-rafael-viana-da-silva-anarquismo-teoria-e-histc3b3ria3.pdf