(Max Stirner) Um anarquista único


duchamp

(Mona Lisa de bigode, de M. Duchamp)

  1. Não existe anarquismo, mas anarquismos. Bakunine é tão anarquista quanto Max Stirner. O pensamento deste último foi caricaturado e abusivamente classificado como absurdo e etiquetado de individualista. Uma simplificação. Mas foi lido e comentado, com visível irritação, por exemplo, por Marx. O século XX recuperou-o como percursor do niilismo nietzscheano e até como inspirador do homem livre de Sartre. A bibliografia existente sobre Stirner é extensa e é, hoje, consensual considerá-lo como um dos protagonistas da história do pensamento europeu. Gerou polémicas que o tornaram uma ameaça e um “passageiro clandestino da história” (J. Bragança de Miranda, no posfácio a O Único e a sua Propriedade, ed. Antígona).
  1. Não é possível considerá-lo um filósofo anarquista colectivista, mas menosprezar o papel de Johann Caspar Schmidt (o verdadeiro nome de Stirner) é um erro grosseiro. Basta lembrarmo-nos que o Único foi o livro de cabeceira de Marcel Duchamp. E que Duchamp foi um dos artistas mais influentes do século XX. Não é a arte contemporânea, também, um murro no estômago das hierarquias ?
  1. A desordem passará !

Luís Serra, Évora

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3 comments

  1. Para além da falsa dicotomia ‘anarquismo colectivista / individualista’ e da referência a Marcel Duchamp enquanto artista contemporâneo, não entendi a necessidade de mencionar o “nome verdadeiro” de Max Stirner, visto que incorre numa enorme incoerência com o próprio pensamento anarquista.

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