Month: Abril 2023

Debate – Socialismo Selvagem, em Faro: mais um tema importante que foi discutido no âmbito do ciclo de debates do Comité Custódio Losa MD.


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O debate promovido na véspera do 25 de Abril, em Faro, pelo Comité Custódio Losa MD, sobre o socialismo selvagens, as ocupações e as lutas climáticas e como estas se relacionavam com datas como o maio de 68 em Paris e o 25 de Abril em Portugal, juntou cerca de 20 pessoas e teve alguns momento tensos de discussão.

O primeiro a falar foi um estudante de Faro que integra o movimento de Ocupação das Escolas/Greves climáticas que explicou alguns dos projetos imediatos entre os quais a preparação da ação contra a utilização do gás fóssil, responsável direto pelas alterações climáticas que vivemos marcada já para o terminal de Sines e que terá lugar a 13 de maio. Disse também que estava em preparação a ocupação de uma escola secundária na capital algarvia.

Usou depois a palavra, Jorge Valadas, colaborador do jornal MAPA e antigo exilado político em França, convidado pela organização e autor do livro “O Socialismo selvagem” (Antigona, 2021), que pegou por aí para dizer que as lutas do presente/ futuro serão sobre a água e a destruição dos recursos comuns. Falou da enorme manifestação de há um mês em França, em Sainte-Soline, contra a apropriação da água pelos grandes grupos da agro industria, numa zona húmida e de biodiversidade, onde estão a construir uma pequenas barragens drenando essas zonas húmidas e destruindo-as. Acrescentou para dizer que as lutas contra a destruição do planeta pela logica produtivista do capitalismo vão ser o centro da oposição com os defensores deste sistema. Elas estão a ser cada vez mais criminalizadas e  reprimidas ferozmente. Para continuar a produzir lucro mantendo as condições de vida do humano eles estão prontos  até  a matar. Os jovens que se implicam corajosamente nas lutas devem disto estar conscientes. Mesmo se na região portuguesa tudo esteja ainda a começar é preciso estar lúcido e saber o que se quer.

Essa manifestação reuniu 30 mil pessoas e foi brutalmente reprimida pela polícia , com dezenas de feridos, entre os quais dois feridos muito graves, em risco de vida e outro em coma em situação crítica. A este propósito foi distribuído na sala um comunicado dos pais de Serge, um dos jovens que ficou mais gravemente ferido e que ainda está em coma.

Neste momento verificou-se alguma tensão, com um dos presente a cortar a palavra ao orador, acusando-o de ter um discurso extremista contra a polícia e saiu da sala.

Logo a seguir começa a falar uma outra pessoa, já mais velha a dizer que percebia perfeitamente a intervenção anterior e que tinha vindo a este debate por engano. Disse, no entanto, que tinha gostado da intervenção do estudante da greve climática, mas para estes terem cuidado com as ideias que ali estavam a ser defendidas. Que o protesto era legítimo, mas não as ocupações. O que mostra bem a necessidade deste tipo de debates, uma vez que a ocupação de escolas e espaços públicos, ou ações deste tipo, existem não para a destruição dos bens ocupados – como tanta vez os políticos e a policia querem fazer crer -, mas para darem visibilidade aos movimentos e causas que se defendem.

Falou-se também da luta para Salvar as Alagoas Brancas, em Lagoa, contra os interesses económicos do Capital e dos poderes públicos, de que são exemplo a Câmara Municipal, CCDRAlgarve e os ministérios envolvidos.

A luta contra o betão armado, a turistificação excessiva, a destruição do meio ambiente, as culturas que promovem o fim das reservas de água, como é o caso dos abacates ou dos campos de golfe espalhados pela região, foram também aflorados neste debate que constituiu mais um alerta contra as muitas atividades predadoras que há anos espoliam o Algarve dos seus melhores recursos – e contra as quais há que organizar a resistência e um combate sem tréguas.

A CNT do Estado Espanhol lança um apelo internacional em defesa das companheiras de Gijón


Em 2017, uma trabalhadora da pastelaria La Suiza (em Gijón, Astúrias) recorreu ao nosso sindicato para aconselhamento e apoio numa situação de abuso e assédio patronal, com falta de pagamento de horas extraordinárias, impossibilidade de gozo de férias e excesso de trabalho durante a gravidez, o que resultou num risco de aborto com a consequente baixa médica. A par de todos estes abusos, a companheira denunciou o tratamento insuportável por parte da patroa, que incluía comentários e opiniões humilhantes sobre o seu corpo.

Já com o apoio da CNT Xixón, o sindicato começou por tentar fazer uma reunião com o empregador para tratar da situação e tentar resolver a situação através do diálogo, algo ao qual o patrão se recusou.

Perante esta situação, a CNT decidiu tornar público o conflito por meio de concentrações e das redes sociais. Como resultado desta campanha de informação, o empregador concordou em reunir-se com o sindicato, mas recusou-se a chegar a um acordo.

A CNT Xixón continuou com as concentrações no exterior da pastelaria e com campanhas de informação. Ou seja, as ferramentas sindicais de que dispomos serviram para defender os direitos da nossa companheira. Refira-se que todas estas ações decorrem sem intervenção policial. Apesar da normalidade das ações de protesto, as identificações policiais de diferentes companheiros da CNT Xixón começaram a ter lugar e, finalmente, foram feitas várias prisões abertos os respetivos processos.

O processo judicial posterior começou com uma tentativa de acusar trinta pessoas, alguns sindicalistas, mas também outras pessoas que foram apoiar esta trabalhador da pastelaria La Suiza. No final foram processadas oito pessoas.

A trabalhadora que tinha dado origem ao conflito também fez uma denúncia por assédio sexual, a qual foi arquivada tendo como justificação não haver provas suficientes.

Finalmente, o Tribunal Penal nº 1 de Gijón, em sentença proferida em junho de 2021, condenou os oito ativistas processados ​​a um total de 25,3 anos de prisão: três anos e meio de prisão para 7 deles e 8 meses para outro, pelos crimes de coação e obstrução de justiça. Além disso, o acórdão estabelece uma indemnização à pastelaria La Suiza de 150.428 euros, declarando o sindicato CNT como tendo responsabilidade civil subsidiária.

Após o recurso interposto pela CNT, o TSJ das Astúrias ratificou a pena de prisão de seis dos oito sindicalistas condenados no caso ‘La Suiza’.

Com a via legal praticamente esgotada, as nossas companheiras estão cada vez mais perto de serem levadas para a prisão. Por isso apelamos às organizações sindicais, sociais, feministas, de base e políticas e, em geral, ao povo das Astúrias para que se mobilizem e acabem com este disparate.

PERANTE A INJUSTIÇA, A NOSSA SOLIDARIEDADE!

SE TOCAM NUMA DE NÓS TOCA EM TODAS!

aqui: https://www.cnt.es/noticias/cnt-hace-un-llamamiento-internacional-en-defensa-de-las-companeras-de-xixon/

Atualização sobre a saúde e as condições de detenção do anarquista Alfredo Cospito


Por todo o mundo se têm realizado ações de solidariedade para com Alfredo Cospito, em greve de fome desde o dia 20 de outubro. Algumas pacíficas, outras mais violentas, como foi o caso do incêndio em Genóva, a 31 de março, de alguns veículos da empresa de produção de eletricidade IREN.

Alfredo NÃO terminou a greve de fome!

As informações que circularam nos media nos últimos dias são falsas e caluniosas, como de costume: foi oferecido-lhe leite para beber, mas Alfredo recusou. Se decidir começar a comer novamente, irá seguir as instruções que o seu médico lhe deu já  há algum tempo.

Até à audiência de 18 de abril, ele decidiu retomar os suplementos alimentares: potássio para estabilizar o coração, vitaminas para tentar limitar o problema neurológico nos membros inferiores e proteínas. Após esta audição do Tribunal Constitucional de Roma, que deverá pronunciar-se sobre a legitimidade jurídica da existência ou não de circunstâncias atenuantes em relação à sentença de 285 cp (“massacre com o fim de atentar contra a segurança do Estado”, que apenas prevê a prisão perpétua) decretada pelo Tribunal no julgamento do caso Scripta Manent, ele vai decidir o que fazer.

Está cansado e às vezes tem dificuldade em se concentrar, mas está lúcido e presente.

Na zona penitenciária de San Paolo, ele NÃO recebe correspondência, nem mesmo telegramas.

NÃO lhe podemos entregar livros, nem mesmo aqueles que ele comprou na prisão da Ópera após autorização.

No quarto onde está internado só tem luz artificial, não lhe é possível distinguir o dia da noite.

Por fim, os médicos do departamento de medicina penitenciária de San Paolo, que acompanham Alfredo, são sempre aconselhados para não falarem ou discutirem com o seu médico de confiança. Isso na realidade impede que ele seja acompanhado da melhor maneira possível.

VAMOS CONTINUAR A LUTA AO LADO DE ALFREDO!

ENVIEMOS-LHE A NOSSA RAIVA E O NOSSO AMOR, PARA QUE ELE SAIBA QUE QUEM LUTA NUNCA ESTÁ SÓ!

[5 de abril de 2023]

aqui: https://t.me/NO41bis/7770

(Lisboa e Porto) Participação Anarquista nas manifestações pelo direito à habitação no dia 1 de abril


No passado dia 1 de Abril realizaram-se manifestações pela habitação em várias cidades portuguesas, integradas nos Housing Action Days 2023, uma semana de ações e manifestações por toda a Europa pelo direito à habitação, coordenados pela European Action Coalition for the Right to Housing and the City.

Dezenas de colectivos e movimentos desceram à rua, convocando dezenas de milhares de manifestantes que exigiram o direito à cidade e à habitação e denunciaram os grandes negócios que sempre marcaram o sector imobiliário.

Em Lisboa e no Porto houve uma forte presença libertária nessas manifestações, lado a lado com inúmeros colectivos de base.

Em Lisboa, no final da manifestação, a detenção pela PSP de duas activistas do Stop Despejos levou a alguns confrontos com as forças policiais que atuaram duma forma violenta e desproporcionada.

Fotos

(Lisboa – Portal Anarquista)

(Porto – https://www.facebook.com/ativismoemfoco)

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