Nasceu em 1897, na Arruda dos Vinhos. Muito novo veio para Lisboa, entrando para o serviço da CP como factor na estação de Santa Apolónia.
Atraído pelo movimento sindical, começou a sua actividade no Sindicato dos Ferroviários da CP. Tendo tomado parte activa na greve de 1921 e esta sido vencida pela repressão do governo, ele e Mário Castelhano foram demitidos, começando entre eles uma fraternidade militante que só a morte interromperia.
Rijo seguia fielmente a posição sindicalista revolucionária mas, em 1926, no seguimento dos debates no seio da CGT em que os anarco-sindicalistas criticavam as posições indefinidas de alguns sindicalistas, tomou posição por aqueles. Entrou então para o Conselho Confederal em representação da Federação Ferroviária e depois foi eleito para o Comité Confederal assumindo a Administração de A BATALHA, continuando a acção porfiada por Manuel Figueiredo.
O 28 de Maio condensava uma ameaça séria para o movimento sindical. Após o 7 de Fevereiro de 1927 desencadeia-se uma vaga de prisões e Rijo e Castelhano são presos e deportados para Angola, onde permaneceram cerca de três anos, em Novo Redondo.
O precário estado de saúde de ambos ocasionou serem removidos para os Açores. Depois de ali se encontrarem deportados, eclode a revolta da Madeira, para onde se dirigiram, tendo ambos tomado uma parte muito activa na dinamização do movimento popular pela organização sindical insular. Vencido o movimento, conseguiram fugir clandestinamente para o continente.
Rijo volta ao Comité da CGT e nesta fase vem a ocorrer o 18 de Janeiro, em cuja preparação participa activamente.
Salvo das prisões em massa, vem a ser preso alguns meses depois por denúncia de José Gonçalves, que entra para o serviço da Pide.
Apesar da sua débil saúde, consegue vencer o cativeiro de vários anos, no Tarrafal, durante o qual coligiu muitas notas da vida naquele campo de concentração, e sobretudo reafirmativas da posição anarco-sindicalista. Morreu em Agosto de 1974.
E.S. (Emidio Santana)[1]
[1] Texto publicado na revista A Ideia, nº 16, inverno 1980, pág, 59. (https://aideiablog.files.wordpress.com/2017/12/a_ideia_16.pdf). Sobre a foto: fotógrafo não identificado, sobre Manuel Henriques Rijo, ferroviário e militante anarcossindicalista, que esteve preso no campo de concentração do Tarrafal (Cabo Verde).
Esta fotografia foi conservada pelo seu cunhado Emídio Santana e por ele entregue ao Arquivo Histórico-Social, criado pelo Centro de Estudos Libertários, reunido em Lisboa nos anos 1980-1987, depositado na Biblioteca Nacional, e que integra o espólio de diversos militantes anarquistas e anarco-sindicalistas portugueses. (http://mosca-servidor.xdi.uevora.pt/arquivo/index.php?p=digitallibrary/digitalcontent&id=656)