Month: Janeiro 2015

(Comunicado AIT-SP) Trabalho forçado não!


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Contratos de Empregabilidade e Inserção

Eis um novo nome para trabalhos forçados e uma nova forma do Estado promover a precariedade dentro e fora dele. Contratos que não são de empregabilidade, porque não te garantem emprego, nem são de inserção, porque apenas és inserido na escravatura contemporânea.

Esta forma de terrorismo laboral serve para camuflar a verdadeira estatística do desemprego (tal como os cursos de formação e a emigração), para fomentar a desregulamentação laboral (tanto em salário, como em horário, vínculo e direitos), incentiva a desmotivação e a marginalização e não satisfaz as necessidades das pessoas.

Herdeira do ex-programa ocupacional de emprego (POC), ofende a dignidade dos trabalhadores chantageados pelo centro de (des)emprego que desempenham funções permanentes (ilegalmente) em autarquias, instituições estatais, entidades de “solidariedade” social (IPSS), em áreas como a saúde, escolas, segurança social (vão agora substituir 700 empregados), centros de dia, recolha de lixo, etc., e até na ACT (Autoridade para as Condições do Trabalho). Por vezes são gozados pela entidade empregadora quando lhes dão expectativas de um contrato, o que é sempre uma farsa e pode criar quebras emocionais.

É um exército de voluntários à força para diminuir o poder reivindicativo e para aumentar o lucro não só do capitalismo de mercado, mas também do Estado.

Há cerca de 100 mil pessoas nesta situação ultrajante e ignóbil que não têm os mesmos direitos (de contrato, retribuição e protecção a acidentes/doenças profissionais…) do que outros assalariados com quem trabalham ombro a ombro, o que vai provocar atritos e divisões, em benefício de quem os explora a todos (“dividir para reinar”).

Não somos colaboradores, como agora nos chamam, não colaboramos com esta tortura social, a par com os estágios, as máfias das E.T.T. (empresas de terrorismo temporário), etc., mas o que podemos fazer além de denunciar este crime? Propomos que nunca se deixe de lutar quotidianamente, que nos auto-organizemos por locais ou empresas e usemos as tácticas eficazes da sabotagem, várias formas de greve (de zelo, por exemplo), solidariedade e acção directa, que há uma centena de anos atrás levaram à conquista de melhores condições de trabalho e de vida.

28/01/2015

AIT-SP

http://ait-sp.blogspot.pt/2015/01/trabalho-forcado-nao_30.html

(Uma posição anarquista) Em defesa da TAP pública, mas não do Estado


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Este sábado vai realizar-se uma manifestação em Lisboa contra a privatização da TAP. Solidários com os trabalhadores e com a função social da empresa, os anarquistas não consideram que a privatização seja uma solução, mas também criticam a gestão estatal, entregue aos partidos políticos e à sua casta de boys e girls. Defendemos, por isso, a socialização – e não a estatização – deste tipo de grandes empresas.

Os anarquistas são contra a propriedade privada dos meios de produção. Entendemos que a riqueza criada duma forma colectiva deve ser gerida e distribuída também de uma forma colectiva.

Embora sendo os anarquistas contra a propriedade privada, a tutela pelo Estado das empresas ou das grandes corporações também não nos parece ser uma boa solução. A estatização das empresas e a gestão estatal, com administrações nomeadas pelos governos, entregues à lógica política dos boys e das girls em representação dos partidos políticos, na maior parte dos casos sem a mínima noção dos sectores que vão gerir –  ou, se a têm, estão mais interessados em tirar dividendos partidários -, tem sido, como se comprova em Portugal, uma porta aberta para as privatizações.

Defendemos, por isso, a socialização das grandes empresas, sobretudo em sectores estratégicos, com uma gestão em que os seus trabalhadores estejam fortemente representados, mas também com representação dos sectores com elas directamente relacionados.

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(Cacilhas) ‘Círculo de Leituras Anárquicas’ no CCL este sábado


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Sábado, 31 de Janeiro | Círculo de Leituras Anárquicas: “O princípio do Estado” de Mikhail Bakunine

18h – Círculo de Leituras Anárquicas: “O princípio do Estado” de Mikhail Bakunine

20h – Jantar vegetariano

Uma vez por mês, juntamo-nos em torno de textos que nos despertaram o interesse, partilhamos leituras e debatemos ideias. Os círculos de leituras anárquicas não são apresentações de livros, são um espaço de partilha e debate em que todos podem participar, mesmo que ainda não tenham lido o texto.

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(entrevista) Tomás Ibáñez: “Nunca se toma o poder, é sempre o poder que nos toma”


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Tomáz Ibáñez (Zaragoza, 1944) vive com os ideais libertários como guia. Filho do exílio em França, começou as suas andanças políticas nos grupos juvenis anarquistas franceses e de jovens exilados espanhóis. Desde o início dos anos 60 até inícios dos anos 80 centrou as suas energias na construção de organizações libertárias, na luta antifranquista e na reconstrução da CNT em 1976. Autor de numerosos ensaios sobre a dissidência, o anarquismo e a luta contra a dominação, publicou recentemente “Anarquismo é movimento” (Virus, 2014), no qual analisa a vigência dos ideais e postulados anarquistas na actualidade. Ibáñez analisa o ressurgimento do anarquismo no século XXI e como este impregnou as lutas dos movimentos sociais, desde o 15 M (assembleias de rua, ndt) à expansão dos centros sociais autogestionados, as cooperativas de consumo e as redes de economia alternativa. Alerta para os perigos com que estes movimentos se vão confrontar se adoptarem a luta por via eleitoral que alguns já estão a preparar.

 “Os cantos de sereia que anunciam amanheceres radiosos extinguiram-se”, diz no livro. Já não é possível esperar a libertação, ‘anarquia’ como estado das coisas, como postulava o anarquismo?

Esses cantos de sereia situavam num futuro mais ou menos longínquo a recompensa que receberiam as lutas emancipadoras, e essa recompensa era tão fabulosa que servia para avaliar as lutas em função daquilo que nos aproximavam da meta desejada. Já não é possível manter esse tipo de discurso de raiz claramente religiosa, hoje aprendemos que o valor das lutas não depende das promessas que encerram, mas sim do seu próprio acontecer, das suas características substantivas e naquilo que permitem criar no presente. A extinção desses cantos diminui o fascínio pela terra prometida e a subordinação do caminho ao seu destino, mas nada nos diz sobre a possibilidade ou não de algum dia alcançarmos uma sociedade de tipo anarquista. Independentemente de isto acontecer ou não, a anarquia não radica no futuro mas sim no presente, em cada luta, em cada conquista que esteja conforme os seus princípios. Com o fim dos cantos de sereia também se derruba a crença no advento brusco de uma sociedade que caminha para a anarquia sobre as ruínas ainda fumegantes do actual sistema. A grande e fulgurante explosão revolucionária que traria a libertação definitiva é apenas um mito, como também é um mito uma sociedade livre de conflitos, tensões e lutas. Não há nenhum amanhecer radioso no fim do caminho, simplesmente porque o caminho não tem final, cada amanhecer deve ser conquistado dia a dia, uma e outra vez. Mas isto não significa que não se deva cultivar a utopia, mas sabendo que ela só representa um guia para actuarmos no presente e não a prefiguração da meta que se vai alcançar algum dia.

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(LIsboa) Jantar vegetariano benefit na RDA69 para o Centro de Cultura Libertária de Cacilhas


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Esta sexta-feira, às 20h – Jantar vegetariano benefit para o CCL no RDA 69

no Regueirão dos Anjos, nº 69, Lisboa (https://rda69.wordpress.com/)

O que é o CCL e o porquê deste jantar

O Centro de Cultura Libertária é uma associação cultural anarquista fundada há 40 anos, em Cacilhas, por velhos militantes libertários que resistiram e sobreviveram à ditadura. Ao longo destes anos, o CCL serviu de referência e ponto de encontro a várias gerações que procuraram alternativas de vida e resistência à autoridade e ao capitalismo, tornando-se a casa de vários projectos e colectivos libertários e acumulando um espólio documental importante.

Actualmente, o CCL realiza actividades públicas periódicas (conversas, oficinas, jantares, projecção de filmes, percursos pedestres…) e serve como lugar de encontro e convívio anti-autoritário na margem sul do Tejo. Aqui funciona também uma oficina de serigrafia, uma livraria e uma biblioteca abertas ao público.

O CCL organiza-se sem cargos dirigentes em assembleias mensais. Funciona numa casa alugada, cujas despesas são custeadas unicamente através de quotas dos associados, de donativos e venda de publicações. Após a actualização da renda há 4 anos, no seguimento de uma tentativa de despejo, tornou-se cada vez mais difícil pagar as despesas de manutenção do espaço. Por isso, organizamos este e outros jantares de apoio para que o CCL possa continuar vivo por mais e mais anos.

https://www.facebook.com/events/1530375633914994

(Espanha) Pres@s anarquistas da operação “Pandora” vão sair em liberdade condicional esta sexta-feira


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“Juiz ordena a libertação de todos os presos da operação Pandora.  Javier Gómez Bermudez comunicou aos advogados que esta sexta-feira de manhã serão emitidos os autos de liberdade condicional com a fiança de 3 mil euros para cada um. Prevê-se que possam abandonar as suas celas nos centros penintenciários de Extremera, Soto del Real, Aranjuez e Valdemoro, todos situados na periferia da Madrid, amanhã (dia 30) ao meio da tarde “, escreve o jornal catalão “Directa”.

A libertação imediata foi confirmada por fontes judiciais e casualmente, coincide com o dia em que o departamento de imprensa dos Mossos d’Esquadra, policia regional catalã, emitiu um comunicado onde detalha as acusações contra os companheiros detidos. Embora a policia catalã quisesse manter secreto o resumos das actuações até ao próximo 22 de Fevereiro, hoje, repentinamente o juiz mudou o critério e recusou prolongar as investigações, dando por terminada a reclusão d@s 7 pres@s.

http://barcelona.indymedia.org/newswire/display/493909/index.php

https://directa.cat/actualitat/jutge-ordena-posada-en-llibertat-de-totes-empresonades-loperacio-pandora

 

(Lisboa) Livro «Sem Mestres Nem Chefes o Povo Tomou a Rua. Lutas dos Moradores no Pós-25 de Abril» é apresentado esta sexta-feira


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É apresentado esta tarde de sexta-feira o livro de José Hipólito Santos «Sem Mestres Nem Chefes o Povo Tomou a Rua. Lutas dos Moradores no Pós-25 de Abril», editado pela Letra Livre, no Bar de ‘A Barraca’ (jardim de Santos, em Lisboa), pelas 18,30H.

(Lisboa) Apresentado esta sexta-feira filme sobre os acontecimentos de 1946 em Cambedo da Raia


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Esta sexta-feira, dia 30 de Janeiro, na Torre do Tombo (sala de conferências) será exibido pelas 17 horas o filme “O Silêncio”, de António Loja Neves e José Manuel Alves Pereira. Segue-se um debate em que participa Paula Godinho, investigadora do Instituo de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa.

Sobre “A Batalha de Cambedo da Raia” ver aqui: http://www.jornalmapa.pt/2014/06/18/da-guerra-civil-na-galiza-a-batalha-do-cambedo-da-raia/

https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2013/08/17/memoria-a-batalha-de-cambedo-tras-os-montes-20-de-dezembro-de-1946/

(memória libertária) Um sindicalista rural eborense: José Sebastião Cebola


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 Há uns anos atrás, como forma de homenagear a memória deste anarquista que ainda perdurava na freguesia, foi dado o nome de José Sebastião Cebola a uma rua dos Canaviais (Évora). Mas a “discrição” ou a má-fé dos autarcas de então foi tal que nem uma pequena inscrição, com a data do nascimento e morte (1877-1920) ou em que qualidade José Sebastião se distinguiu, a placa mereceu. Bastava terem posto anarcosindicalista, sindicalista revolucionário, anarquista, sindicalista rural, militante da CGT ou o que se lembrassem para que quem mora naquela rua ou quem por ali passa tivesse a mínima ideia de quem se trata. Numa cidade onde qualquer militante  comunista, por mais modesto que seja, tem essa qualidade inscrita na placa de rua, José Sebastião Cebola ali continua anónimo, como se por esse facto se conseguisse apagar a memória das causas pelas quais lutou. (Portal Anarquista)

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Black Block, o filme


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de Carlo A. Bachschmidt

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(Italia, 2011) 77 minutos, legendas em português
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A obra parte de imagens reais das mobilizações durante a cimeira do G-8 em Génova em 2001 e, particularmente, de alguns testemunhos representativos de pessoas que sobreviveram ao assalto de uma escola cedida pelo município de Génova ao Forum Social para albergar manifestantes. Muli, Lena, Neils, Mina, Michael, Daniel y Chabi, deixam, entre memórias, uma mensagem de denúncia sobre a instrumentalização da violência e o uso da tortura moderna.