Month: Janeiro 2018

Anarquistas turcos solidários com os resistentes curdos de Afrin


afrin

Comunicado da organização anarquista turca DAF em solidariedade com Afrin, um território curdo na Síria, que está a ser atacado pela Turquia com o beneplácito da maior parte dos países ocidentais e da Rússia. Os companheiros da DAF, apesar de violentamente perseguidos, expressam a sua repulsa pelo nacionalismo e pela estratégia turca de, através da guerra, ganhar peso negocial a nível internacional e, internamente, preparar o clima para as próximas eleições.

Os Estados em guerra contra os povos perderão

Afrin pertence às pessoas de Afrin. As pessoas que vivem em Afrin nasceram nessas terras e vão morrer nessas terras. A vida não tem a ver com planos ou programas. Elas não estão em Afrin fazendo parte de uma estratégia. Afrin, para eles é a água, o  pão, os alimentos, o jogo, as histórias, os amigos, os companheiro, os amantes, a  rua, a casa, os vizinhos. Mas para o estado, é apenas uma estratégia. Uma estratégia que não se preocupa com Afrin ou com os povos de Afrin.

É uma estratégia da Guerra da Energia que já teve como resultado a destruição da Síria e que irá destruir muitos outros países da região, embora o ataque a  Afrin crie a ilusão de que estas guerras estão a ser feitas “para os seus cidadãos”. Fazem propaganda nacionalista e conservadora para convencerem os seus cidadãos desta mentira. É uma necessidade imperiosa seja dentro ou fora (da Turquia). Embora seja necessário para as eleições no interior do país, é também válido para as negociações no exterior. Os que mandam, e que estão totalmente envolvidos num processo apenas comercial, como sejam  a extracção, o transporte e a venda de recursos energéticos, utilizam todos os seus recursos para aumentarem os lucros. Nessas negociações em que o número de armas, tanques, aviões são importantes, o número de soldados é o mais importante. Um soldado não é diferente de um qualquer outro recurso. E é por isso que é criada esta falácia conservadora e nacionalista.

Quem se quer associar a uma guerra para que alguns lucrem mais? Quem é que lutaria para que a gasolina, que é sempre vendida por estados ou por empresas em todo o mundo, possa custar mais do que o pão? Nós, os que vivemos com a realidade que é a de que todos os preços aumentam quando o preço de um litro de gasolina aumenta, nós que sempre perdemos, por que é deveríamos lutar por aqueles que ganham sempre? Na verdade, ninguém lutaria por eles. Eles sabem disso e é por isso que precisam do nacionalismo e do conservadorismo.

Agora eles estão clamando nos jornais e nas televisões os slogans da mentira “nacional, nacional, nacional!”, “Vontade nacional, unidade nacional”. Eles nunca podem dizer de forma clara o que pretendem:  “Estamos a lucrar”, “Combate ou lute, vamos vender-lhe  a gasolina e tudo o resto. Vamos fazer você produzir, faremos que consuma e vamos explorá-lo”. Este é o plano, o programa, a estratégia da guerra dos estados. Mas os nossos povos – aqueles que são cidadãos por obrigação dos estados – podem mudar tudo isto. Hoje, as pessoas de Afrin vivem de forma livre porque mudaram estas regras. Como o fizeram em Kobanê, Cizére, Chipas. E esta é a diferença crítica entre a guerra do povo e a guerra dos estados. Nas  guerras que provoca, o Estado ataca e ataca sem regras, de maneira a que o sistema lucre mais. Com bombas, tanques e aviões. Fere, mata, assassina e quer toda a vida sob o seu controlo. Enquanto na guerra dos povos, o objectivo é a liberdade.

Nos últimos dois dias, cada bomba e cada bala que caiu em Afrin é uma bala contra a liberdade. O estado turco, que quer aumentar o seu poder nas mesas de negociação, iniciou o ataque contra Afrin. É uma estratégia criada pelo nacionalismo e pelo conservadorismo que se baseia nesta mentira. É toda uma estratégia eleitoral, tal como é totalmente uma estratégia comercial. A guerra do estado visa a estratégia. Mas a guerra dos povos visa a liberdade. E nenhum Estado pode derrotar os povos que lutam pela liberdade.

O POVO DE AFRIN GANHARÁ

Acção anarquista revolucionária-DAF (Turquia)

Aqui: https://www.facebook.com/anarsistfaaliyetorg/posts/1996838190532061

Recordando o hino revolucionário de “A Batalha”


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Música e letra do Hino de “A Batalha”

MÚSICA: Maestro Del-Negro (*)

(*) Joaquim Thomaz DEL-NEGRO  foi um dirigente de orquestra e trompetista de ascendência italiana, que nasceu em 05 de junho de 1850 na cidade de Lisboa, na qual também veio a falecer em 12 de fevereiro de 1933.

 

LETRA: João Black (**)

(**) João Black, de seu  nome JOÃO SALUSTIANO MONTEIRO, foi um anarquista fadista, que nasceu no Feijó (Almada) em 28 de setembro de 1872 e faleceu em Lisboa em 18 de dezembro de 1955. João Black é também o autor de inúmeros fados, muitos deles de carácter social, entre os quais o Fado Anarquista

(Disgraça) Jornadas contra a Violência do Estado – Prisões de Mulheres


prisões de mulheres

Serve o presente e-mail para divulgar e para convidar-vos a estarem presentes nas Jornadas contra a Violência do Estado – Prisões de Mulheres, acção de 2 dias, que enquanto Comité de Mulheres da Plataforma de Solidariedade com os Povos do Curdistão estamos a organizar com o apoio das Rata Dentata para os dias 12 e 13 de Janeiro no espaço do Disgraça.

Estas jornadas, que nascem em resposta a um pedido internacional de solidariedade do movimento de mulheres Kurdas, relembram o dia 9 de Janeiro como o dia em que as activistas kurdas Sakine Cansız, Fidan Doğan e Leyla Şaylamez foram assassinadas, no centro de Paris, numa colaboração entre serviços secretos internacionais e o regime turco. Este que é um dia tido como de memória e de denúncia, é também uma dedicatória que fazemos a todas as mulheres no mundo que têm feito grandes sacríficios ou que perderam as suas vidas em actos de resistência política. Foi por isso cunhado por “Dia para a Acção Comum contra Assassinatos Políticos de Mulheres”.

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