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´Luz – Clarão – Fulgor’, de Sílvia das Fadas, um filme baseado na história e nas comunas fundadas pelo anarquista António Gonçalves Correia


Espaço Llansol, RUA SARAIVA DE CARVALHO, 8-1º F – 1250-243 LISBOA

Sábado, 22 de Junho, 16 horas

No próximo dia 22 de Junho, pelas 16 horas, vamos mostrar um filme singular e conversar com a sua realizadora, Sílvia das Fadas, que já foi uma preciosa colaboradora do Espaço Llansol, e agora regressa para nos mostrar o seu filme Luz-Clarão-Fulgor (em formato de 16 mm, como todos os filmes da Sílvia), que assimila muito da escrita de Maria Gabriela Llansol sobre a ideia de comunidade, o fulgor, a deshierarquização e o Vivo.

O filme recupera a história do anarquista português António Gonçalves Correia e das suas «comunas» – primeiro, a «Comuna da Luz», em Vale de Santiago/Odemira (1917-18), e depois a «Comuna Clarão», em Albarraque (1926) –, e insere essa história na longa luta de resistência contra os senhores da terra num Alentejo desde sempre marcado por profundas desigualdades.

A Sílvia resume assim a ideia do seu filme, de que nos falará mais pormenorizadamente no dia 22:
«Qual a relação e/ou a diferença entre emancipação e despossessão?» Quais as condições necessárias à sobrevivência e reencantamento da terra? Como poderemos reunirmo-nos num lugar de hospitalidade e ensaiar a nossa imaginação crítica em direcção a um tempo para além da possessão, uma sociedade não racial e não capitalista? Que imagens darão forma a este anseio por uma comunidade de rebeldes, «o segredo a que se chamou solidariedade», o sonho fugitivo? Onde jaz a semente da insurgência e qual poderá ser a oferenda do cinema?

Cenas da vida conjugal (também a propósito do filme “uma nova amiga”)


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(Alegro ma non troppo). Tenho visto multiplicar-se por aqui a «teoria do homo rinocerontido». Esta teoria afirma que o homem deriva do rinoceronte pois é melhor estar só do que mal acompanhado. Não admira: o FB é uma tribuna para gente afectada e muito profissional, propagandistas partidários, de candidatos a qualquer coisa, eventualmente espaço para brincadeiras entre amigos, mas é sobretudo um lugar de fotos de cães, gatos e de máximas. Máximas que são guias para uma vida feliz, muitas vezes repassadas por gente mais ou menos só, mais ou menos frustrada e/ou mal acompanhada.

Mas ao contrário do que afirma a «teoria do homo rinocerontido», a maioria da espécie humana nasce e vive mal acompanhada: nasce quase sempre num país errado e numa família «nuclear», quando não «monoparental», com pais autoritários ou «bananas», mães frustradas, ambos esgotados pela flexibilização laboral ou por tarefas gestionárias, crianças que ainda bebés levam vidas estressantes a caminho da comuna-infantário na versão soft maoista.

Com sorte, as crianças têm avós por perto. Os felizardos crescem ainda com a noção de comunidade, crescem com a convicção que vivem numa sociedade que se importa com eles e que «valem alguma coisa» para além da posição que ocupam numa sociedade aferida pelo trabalho. Os místicos continuam a pensar na salvação pelo Estado-Nação. Os mais afectados, em versão existencialista, acham que os outros são «o inferno». São estereótipos evidentemente. Mas não é isso a que se refere a afirmação «mais vale só do que mal acompanhado». Refere-se aos afectos do casal, à vida infernal desenvolvida no gueto doméstico, que é objecto de excelente dramaturgia.

Ora, o homem não é um rinoceronte (Ceratotherium simum): não nasceu para viver sozinho, não se sente bem na «solitária» mesmo se tem a forma de apartamento-gaiola com tv, futebol, novelas e Internet. A «teoria do homo rinocerontido» é, na verdade, a teoria do «amor romântico» invertido.

O «amor romântico» foi amplamente cultivado nos últimos séculos e deu-nos óperas extraordinárias. No essencial, diz que o indivíduo deve buscar a «sua» felicidade na terra. E a felicidade consiste em encontrar a tal pessoa especial que nos faz feliz.

Esta revela-se frequentemente uma tarefa árdua, esgotante, frequentemente dolorosa, que tem a vantagem de, terminada a busca, o casal se aborrecer em privado. O indivíduo começa por consumir produtos de beleza, ginásios, discotecas e continua por aí fora pelo IKEA e pela WORTEN até ao empenhamento total… à banca.

No essencial, a «teoria do amor romântico» afirma que realização do indivíduo faz-se através do outro (objecto amoroso) e da “domus”, condição necessária para uma procriação «consciente».

Vem tudo isto a propósito duma fita que vi ontem: “uma nova amiga”. No essencial, retrata o amor «trans» no feminino. Um filme bem-intencionado, que pretende quebrar tabus (?), apaixonado pelo feminino na versão francesa de classe média-alta. Mas tudo acabou bem: com a formação de um novo casal com um novo rebento a caminho. Enfim, novas famílias. Mais um esterótipo. Tudo acaba bem desde que o código civil não seja abolido.

Que tédio! (Em baixo temos o supradito, espécie que, apesar da aparência, não tem sido capaz de resistir à economia de mercado por falta de flexibilidade e vida conjugal)

Paulo Guimarães (aqui)

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“Terramotourism”- as consequências negativas do turismo em Lisboa


Olá amigxs do Portal Anarquista, desde o colectivo Left Hand Rotation.

Cá enviamos o teaser do documentario “TERRAMOTOURISM” sobre as consequências da turistificaçao e chegada masiva de turistas na cidade de Lisboa

Tambem podem-se descarregar os cartazes da intervençao nas ruas de Lisboa “TERRAMOTOURISM: Instruções de emergência em caso de tranformação urbana produzida por sismo turístico” no link http://lefthandrotation.blogspot.pt/2014/03/terremotourism-instrucciones-de.html

Muito obrigado

Colectivo Left Hand Rotation
www.lefthandrotation.com

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A Radio Anarquista de Berlim apresenta o projecto “Sem Fronteiras” do colectivo de vídeo “Sur Negro”.


Primeiro episódio disponibilizado na web em inglês e castelhano. Os outros 10 episódios serão disponibilizados nos próximos meses.

 “Sem Fronteiras, a luta social através do mundo” (No Borders, the social struggles across the world) é o nome de uma série Web que dá a conhecer experiências de organização de resistência anticapitalista, com um foco especial nas práticas antiautoritárias no interior dos movimentos sociais, em distintos territórios do mundo.

A primeira temporada desta série contou com a colaboração da Radio Anarquista de Berlim, de grupos locais da Federação Anarquista Rosa Negra (Estados Unidos) e do centro social anarquista Volnitza (Santiago do Chile). Foi gravada durante o ano de 2015 em 12 cidades dos Estados Unidos e é composta por 11 episódios de 30 minutos cada, contendo secções com entrevistas a diferentes indivíduos e organizações sociais e políticas que expõem as suas práticas e nos dão uma referência detalhada sobre os contextos em que se situam as lutas sociais nos diversos estados visitados. Além disso, cada episódio tem uma secção musical protagonizada por artistas envolvidas/os nas lutas de cada cidade.

Outras informações e ligações sobre o projecto podem ser encontradas no blog da A-Radio Berlim:

http://aradio.blogsport.de/2016/06/16/sur-negro-sin-fronteras-estreno-de-nueva-serie-web-antiautoritaria-primera-temporada-las-luchas-sociales-en-los-eeuu/.

 

(Documentário) Ácratas


Ácratas  é um documentário uruguaio lançado no ano de 2000. Foi escrito e dirigido por Virginia Martínez, e estreou na Argentina em 2004.

O filme conta a história de Miguel Arcángel Roscigno, famoso anarquista expropriador argentino. Miguel foi, segundo muitos, “o anarquista mais inteligente, frio e calculista”, quem fazia um detalhado planejamento antes de agir.

O documentário conta histórias conhecidas como a do assalto ao banco Messina em Montevidéu ou a fuga da penitenciária de Punta Carretas em 1931, onde, 40 anos depois, se produziu o escape massivo de Tupamaros e hoje é um centro comercial.

O Anarquismo Expropriador foi uma forma de ação direta ilegalista/individualista muito comum na América Latina até os anos 30. O documentário contra sobre esse momento, e mostra como se deu o enfraquecimento dessa tática devido a influência que a Guerra Civil Espanhola exerceu no anarquismo mundial.

O documentário passa também por outros anarquistas como Simón Radowitzky, Severino Di Giovanni, libertário partidário da ação violenta, Buenaventura Durruti, figura que se destacará na Guerra Civil Espanhola, e os irmãos Moreti, etc.

Conta com intervenções dos historiadores anarquistas Osvaldo Bayer, quem escreveu sobre o fenômeno dos anarquistas expropriadores e Abel Paz, historiador da Revolução Espanhola. Se incorporam também gravações da ítalo-uruguaia Luce Fabbri e algumas/alguns outras (os) historiadoras (es).

aqui: https://kataklysma.noblogs.org/?p=3501

(Yannis Youlountas) “A democracia é a pré-história da anarquia”


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A democracia é a pré-história da anarquia

Entrevista com Yannis Youlountas (*)

Depois de “ Ne vivons plus comme des esclaves” en 2013, Yannis Youlountas acaba de lançar um novo filme : “Je lutte donc je suis”. Uma ode à resistência e à insubmissão que decorre de novo na Grécia, mas também, desta vez, em Espanha. Uma viagem musical através das alternativas concretas, autogestionária e libertária que lembra que a utopia já aí está, ao alcance da mão. Um convite a romper com a rotina e a obediência, as ideias recebidas e a existência despossuída de si própria: como diz um dos personagens do seu novo filme “eu luto porque penso que a humanidade é capaz de outra coisa”.

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O Tempo das cerejas: um novo documentário sobre o movimento anarquista na “transição” espanhola


“O Tempo das cerejas: 1977-1979 –  Eclosão Libertária”, é um documentário sobre o reaparecimento do movimento anarquista em Espanha no dealbar do regime franquista, e que pretende perceber as razões do auge e da queda do movimento libertário no estado espanhol nos finais dos anos 70. Foram entrevistados os protagonistas que achavam que tinham alguma coisa a dizer e que quiseram participar. Homens e mulheres que têm um sonho comum: mudar o mundo.

A generosidade destas pessoas é a única coisa que nos fica daqueles dias de esperança. Sem dúvida que “o tempo das cerejas” voltará e desta vez não o deixaremos passar à distância.

“O tempo das cerejas” é uma antiga canção de amor que se converteu num hino da Comuna de Paris (1871). O tempo das cerejas é uma boa alegoria do eterno renascer da vida e, portanto, das ideias e da esperança. Os tempos revolucionários podem ser intensos e escuros, e ainda que aparentemente sejam vencidos, terão sempre uma nova oportunidade.