Month: Janeiro 2022

António Marcelino Mesquita, do Campo de Concentração do Tarrafal a jornalista do “República”


António dos Santos Marcelino Mesquita (1912-1986) foi um dos principais elementos anarquistas envolvidos na greve geral de 18 de janeiro de 1934 no distrito de Leiria, conforme destaca o investigador Herminio Nunes, em artigo na edição 287 do jornal A Batalha.

Com apenas 21 anos encabeça algumas das principais acções dos insurrectos, como o derrube de “postes telegráficos e telefónicos para corte de comunicações”,  sendo preso a 1 de Fevereiro pela Policia de Leiria. Foi condenado a 5 anos de desterro. Segue a 8 de Setembro de 1934 para Angra do Heroísmo com diversos outros implicados no 18 de Janeiro, seguindo para o Tarrafal em 23 de Outubro de 1936, na primeira leva de presos para o Campo de Concentração da Morte Lenta.

Ali esteve até 15 de Julho de 1940, tendo depois sido restituído à liberdade.

Aquando dos acontecimentos de 18 de Janeiro de 1934, Marcelino Mesquita é apresentado como “estudante”, tendo depois da sua libertação iniciado uma carreira como jornalista no jornal “República”, que congregava diversos elementos da oposição. (Ali trabalharam também, como revisores, os anarquistas Jaime Rebelo e Francisco Quintal, por alguns períodos).

Neste jornal, Marcelino Mesquita escreve, por exemplo, a 9 Julho de 1952, um artigo sobre Emílio Costa, o pedagogo libertário fortemente influenciado por Francisco Ferrer.

Pelo que se sabe terá abandonado a militância activa, mantendo-se, no entanto, sempre como libertário. A 18 de Janeiro de 1975 escreve um artigo para “A Batalha” sobre o 18 de Janeiro de 1934 em Leiria e, em Março de 1975, o jornal Voz Anarquista assinala a publicação da 2ª edição do livro “do nosso camarada e assinante” Marcelino Mesquita, “Os Mortos Acusam”, sobre a guerra do Vietname.

No corpo da notícia, publicada na primeira página do número 3 do jornal anarquista, pode-se ler-se que na sua prisão “no Campo de Concentração do Tarrafal infligiram-lhe graves sofrimentos físicos, mas não lhe abateram as qualidades morais e intelectuais que se mantêm, com a máxima dignidade ao serviço das mais lídimas causas da Liberdade,  e da Justiça. Acompanhante intimerato da causa libertária, Mesquita colabora em todos os movimentos, dignos do nosso aplauso, como seja  Liga dos Direitos do Homem e outros organismos de solidariedade e de bem-fazer”.

Ainda no decurso de 1975, durante o “caso República”, quando uma denominada comissão de trabalhadores pretende alterar a orientação do jornal, Marcelino Mesquita está ao lado da redação, participando no “Jornal do Caso República” e opondo-se ao controlo do jornal por parte de um sector identificado com o PCP e a extrema-esquerda.

Marcelino Mesquita é também um dos cinco antigos militantes da CGT, com responsabilidades no levantamento operário de 18 de Janeiro, que intervêm publicamente para repôr a verdade sobre esses acontecimentos (continuamente deturpados pela imprensa marxista e ligada ao PCP), através de um livro editado em 1978 pela Regra do Jogo, intitulado “O 18 de Janeiro de 1934 e alguns antecedentes”, com um depoimento colectivo de Acácio Tomaz de Aquino, Américo Martins, Custódio da Costa, José Francisco, Marcelino Mesquita, e Emídio Santana que o coligiu.

Mais tarde, a 18 de Dezembro de 2015, numa crónica no Jornal de Negócios, Baptista-Bastos, recordando uma entrevista com Alves Redol feita para o “República”,  também se refere a Marcelino Mesquita como “anarquista”.

Marcelino Mesquita morre a 20 de Setembro de 1986, com 73 anos. Noticiando a sua morte, o “Diário de Lisboa” identifica-o como membro da Maçonaria (Grande Oriente Lusitano) e antigo presidente da direcção da Escola Oficina nº 1 de Lisboa, para além de antigo chefe de redacção e secretário-geral da Direcção do jornal “República” até à sua extinção, e membro da Liga dos Direitos do Homem.

Marcelino Mesquita (à direita), com outros deportados, em 1935, na Ilha Terceira (Angra do Heroísmo), antes de ser conduzido para o Campo de Concentração do Tarrafal, na sequência da Greve Geral de 18 de Janeiro de 1934 – aqui: http://mosca-servidor.xdi.uevora.pt/projecto/index.php?option=com_jumi&fileid=12&id=449

DOIS DOCUMENTOS SOBRE O 18 DE JANEIRO DE 1934: (2) ARTIGO NO JORNAL “VOZ ANARQUISTA” DE JANEIRO DE 1975 – “A VERDADE SEMPRE AO DE CIMA: 18 DE JANEIRO DE 1934″, POR ADRIANO BOTELHO


“A VERDADE SEMPRE AO DE CIMA: 18 DE JANEIRO DE 1934″

Adriano Botelho (1)

Quando foi preparado este movimento, fazia eu parte do Comité Confederal, com Alberto Dias, José Francisco, Manuel Henriques Rijo e Mário Castelhano.

A ideia inicial de se realizar uma acção de protesto contra o regime salazarista partiu do Sindicato dos Manipuladores do Pão, que por intermédio da Câmara Sindical do Trabalho de Lisboa, se dirigiu à C.G.T., propondo a organização dum movimento nacional a favor dos presos e perseguidos Essa proposta foi aceite unanimemente, mas, como já se falava então na introdução entre nós do regime corporativo copiado do fascismo italiano, resolveu-se conjuga-la com a necessária acção de resistência a este propósito sinistro do ditador Salazar.

Além disso, achou-se conveniente que esse movimento fosse lançado simultaneamente com um outro que os políticos e militares da oposição planeavam, o que evidentemente facilitaria a uns e outros a luta contra o inimigo comum.

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Dois documentos sobre o 18 de Janeiro de 1934: (1) Artigo no jornal “A Batalha” de Abril de 1934 – “A C.G.T., os chefes bolchevistas e o movimento de 18 de Janeiro”


“Um dia, a história dirá como agiram os «chefes» comunistas para o movimento de 18 de Janeiro: De longe, por causa da cheia…”, escreve o jornal “A Batalha”, da CGT, em Abril de 1934, a escassos dois meses e meio depois da insurreição operária de 18 de Janeiro, em resposta um comunicado do secretariado do PCP.

Na verdade, poucas semanas depois do 18 de Janeiro, ainda no calor das prisões e da repressão contra o movimento operário, o PCP, num documento oficial, critica todos os sectores que integraram a revolta do 18 de janeiro – à excepção do PCP, a cujas palavras de ordem teriam aderido as “massas”. Tudo o que teve sucesso foi, para o PCP, obra sua. Tudo o que não teve, era obra ou dos anarquistas ou dos do “reviralho”.

Ontem, como hoje, o PCP é o partido dos ganhos na secretaria, sempre a tentar ser hegemónico, mesmo quando salta à vista de todos que apenas se sabe pôr em bicos de pés. E que faz da mentira e da calúnia as suas grandes armas.

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A Bibliografia libertária – O anarquismo em língua portuguesa (até finais dos anos 90 do século XX)


“A Bibliografia libertária – O anarquismo em língua portuguesa” foi publicada no Brasil pela Editora Imaginário, em 2001. Embora tenha lacunas e não esteja actualizada – deveria ser ampliada até, pelo menos, ao fim do século XX -, continua a ser o trabalho mais amplo que até agora foi publicado nesta área e pode servir de instrumento de pesquisa para investigadores e curiosos sobre o movimento operário e anarquista em língua portuguesa. Tem um estudo inicial sobre a edição de obras anarquistas em Portugal e no Brasil e a bibliografia está organizada de forma alfabética .(contributo de M.R.S.)

Nota de Mário Domingues ao director do jornal “Voz Anarquista”, Francisco Quintal


A propósito da Mostra Documental e Bibliográfica sobre Mário Domingues que a partir de amanhã pode ser vista na Biblioteca Nacional, em Lisboa, publicamos uma pequena nota que enviou ao director do jornal “Voz Anarquista”, Francisco Quintal, pouco tempo depois da saída do primeiro número do jornal.

Mário Domingues considera que “agora, mais do que nunca, é preciso proclamar bem alto que o Anarquismo não é a desordem, a violência e o crime, como as forças reaccionárias têm querido qualifica-lo” e diz acompanhar com entusiasmo a acção dos Libertários portugueses, nesta hora que o 25 de Abril parece tornar propícia a melhores dias”.

O texto foi publicado no jornal “Voz Anarquista” em Abril de 1977, no final de uma nota biográfica sobre Mário Domingues, “jornalista libertário”, aquando da sua morte, ocorrida a 24 de Março de 1977.

“Lisboa, 19 de Fevereiro de 1975

Meu caro Francisco Quintal:

Por amável devolução dos Correios da Costa da Caparica, onde resido quase todo o ano, recebi o primeiro número do «Voz Anarquista» que tu diriges com o mesmo entusiasmo e a mesma lucidez que te conheci há cinquenta anos.

Li-o com a alegria, a comoção e o alvoroço de quem encontra uma pessoa de família muito íntima de quem estivesse separado há muito tempo.

Vejo no cabeçalho que a iniciativa da publicação deste jornal libertário pertence ao Grupo Editor Aderente ao M.L.P., motivo por que o felicito vivamente por teu intermédio e, simultaneamente, envio-te, a ti, um grande abraço pelo esforço que estás realizando em prol da nossa causa tão carecida de divulgação e esclarecimento.

Agora, mais do que nunca, é preciso proclamar bem alto que o Anarquismo não é a desordem, a violência e o crime, como as forças reaccionárias têm querido qualifica-lo. Urge desfazer essa lenda tenebrosa e demonstrar ao grande público enganado por essas torpes mentiras, que o Anarquista ama e defende o ideal supremo de Ordem exercida numa  Sociedade edificada na Liberdade, na Fraternidade e na Justiça Social. À «Voz Anarquista» cabe essa sublime tarefa, recordando o exemplo de homens superiormente lúcidos como o foram Proudhon, Eliseu Reclus, Sebastien Faure, Bakunine, Kropotkine, Neno Vasco,  Pinto Quartin, Campos Lima, Cristiano Lima, Aurélio Quintanilha (felizmente ainda vivo) e tantos outros, propositadamente esquecidos, que abriram aos homens o caminho da Liberdade.

Apesar dos anos e da escassez de saúde (o médico recomenda-me repouso!) acompanho com entusiasmo a acção dos Libertários portugueses, nesta hora que o 25 de Abril parece tornar propícia a melhores dias.

Espero ter o feliz ensejo de poder falar-te na Costa da Caparica, onde conto regressar durante o mês de Março p.f..

Mais um abraço do teu camarada e amigo – Mário Domingues”

Fotografia de Francisco Quintal entregue por sua viúva Irene Franco Quintal ao Arquivo Histórico-Social,(1983) .aqui: http://mosca-servidor.xdi.uevora.pt/arquivo/index.php?p=digitallibrary/digitalcontent&id=708

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relacionado: https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2022/01/11/a-liberdade-nao-se-concede-conquista-se-que-a-conquistem-os-negros-artigo-sobre-mario-domingues-no-publico-suplemento-ipsilon-de-30-3-2018/

https://mar-da-costa.blogspot.com/2017/12/mario-domingues-1899-1977-escritor.html

https://pt.calameo.com/read/000313794848aaf6bb641

http://mosca-servidor.xdi.uevora.pt/arquivo/?p=collections/findingaid&id=62&q=

(LISBOA) Mostra na Biblioteca Nacional sobre Mário Domingues, “anarquista, cronista e escritor da condição negra”, de 14 de janeiro a 28 de março


A mostra centra-se na obra de rebelião negra de Mário Domingues, jornalista, cronista e escritor, realizada com palavras, argumentos e uma história de coragem no Portugal de há um século. Nascido na antiga colónia portuguesa de São Tomé e Príncipe, a 3 de julho de 1899, Mário Domingues, com apenas 20 anos de idade, começou a escrever regularmente no diário anarcossindicalista A Batalha e noutros periódicos, e destacou-se como um dos primeiros a defender abertamente, em Lisboa, a independência das colónias portuguesas em África. São textos onde o jovem Mário Domingues, adotando a causa libertária, se manifestou contra a exploração dos trabalhadores, a dominação colonial, o racismo, a opressão sobre as mulheres e a tirania política do colonialismo moderno, em defesa da dignidade, da cultura e das organizações da população negra e africana.

«Colonização», publicado a 9 de setembro de 1919 em A Batalha, inaugurou um caminho de Mário Domingues no diário lisboeta, que o conduziu, nos últimos anos da Primeira República portuguesa, a ser a voz mais audível na esfera pública contra o racismo, pela emancipação dos negros e de oposição cívica e moral ao colonialismo português. Um caminho que percorreu como pôde e enquanto pôde, publicando um vasto conjunto de artigos e de obras de ficção, até à instauração da repressão às liberdades, da perseguição policial, administrativa e judicial e da imposição da censura oficial por parte do regime do Estado Novo de Salazar, que institucionalizou a ditadura e fortaleceu o projeto colonial uns anos depois do golpe militar de 28 de maio de 1926.

Com a instituição do regime ditatorial de Salazar, seguiu na vida intrépida e insegura de subsistir da venda dos livros que escrevia. A extraordinária pseudonímia de Mário Domingues é sinal de um percurso empreendido num dos momentos mais decisivos da sua existência quando resolveu manter-se unicamente como escritor profissional, audácia que o terá levado a dissimular-se sob pseudónimos estrangeiros, com os quais assinou mais de uma centena de romances policiais e de aventuras extraordinárias.

A presente mostra traz a público, por meio de documentos, fotos e da reprodução de artigos de imprensa e de livros, a vida e obra de Mário Domingues, nas suas diversas facetas: a de grande expoente, durante a Primeira República, do movimento negro em Portugal e da oposição moral e política ao imperialismo e ao colonialismo português no jornal A Batalha; a de jornalista negro no Detective e no Repórter X; a de novelista e romancista; a de escritor de livros de aventura e evocações históricas. Voltar à história e às publicações de Mário Domingues pode alumiar as regiões obscurecidas do que ficou recalcado na memória e ajudar a compreender o âmago do que significou a dominação imperial moderna. Cerca de um século depois de terem sido escritos e difundidos, é tempo de os textos e de a figura de Mário Domingues serem conhecidos, discutidos e estimados.

José Luis Garcia (ICS |  Universidade de Lisboa)
Tânia Alves (ICS | Universidade de Lisboa)
José Neves (IHC|NOVA|FSCH)

aqui: http://www.bnportugal.gov.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=1653%3Amostra–mario-domingues-anarquista-cronista-e-escritor-da-condicao-negra–14-jan-28-de-mar-22

relacionado: https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2022/01/11/a-liberdade-nao-se-concede-conquista-se-que-a-conquistem-os-negros-artigo-sobre-mario-domingues-no-publico-suplemento-ipsilon-de-30-3-2018/

http://mosca-servidor.xdi.uevora.pt/arquivo/?p=collections/findingaid&id=62&q=

(memória libertária) MORTOS NO TARRAFAL: Comunicado da CGT e da FARP (1938)


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Este documento é um “Manifesto” datilografado com carimbo da Confederação do Trabalho de Portugal (CGT) e da Federação Anarquista da Região Portuguesa (FARP), intitulado: “Quadro Negro do Campo de Concentração de Cabo Verde / A Semana Trágica / A lista Macabra dos Mortos que Reclamam Vingança”. O manifesto refere os nomes, profissões, localidade, idade dos prisioneiros – comunistas, socialistas e libertários – detidos e falecidos sem assistência médica, na Colónia Penal, permitida pelo capitão Manuel Martins dos Reis, apodado de «tarado», e do médico assistente Esmeraldo Prata, alcunhado «o chacal», entre 20/9/1937 e 29/10/1937. Este documento destaca os primeiros 7 mortos no  Campo do Tarrafal. No total, até 1954, passaram pelo Campo 340 presos políticos portugueses, dos quais 32 morreram ali. (através de Fernando Mariano Cardeira )

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“QUADRO NEGRO DO CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE CABO VERDE

A SEMANA TRÁGICA

A LISTA MACABRA DOS MORTOS QUE RECLAMAM VINGANÇA

1º – Pedro Matos Felipe, descarregador de Almada, 32 anos de idade, falecido em 20/9/37 (Libertário);

2º – Francisco José Pereira, marinheiro de Lisboa, 29 anos, falecido em 20/9/37 (Comunista);

3º Augusto Costa, vidreiro da Marinha Grande, 36 anos, falecido em 22/9/37 (Comunista);

4º – Francisco Domingos Quintas, cortador de Gaia, 48 anos de idade, falecido em 22/9/37 (Socialista);

5º – Rafael Tobias da Silva, relojoeiro de Lisboa, 27 anos, falecido em 22/9/37 (Comunista);

6º – Cândido Alves Barjas, marinheiro de Castro Verde, 27 anos, falecido em 24/9/37 (Comunista)

7º – Augusto Belchior, polidor de mármore do Porto, de 40 anos, falecido em 29/10/37 (Libertário)

Os primeiros seis camaradas faleceram, como se vê, de 20 a 24 de Setembro de 1937, e foram vítimas do criminoso abandono dos dirigentes da Colónia Penal, o ditador capitão Manuel Martins dos Reis, e o médico assistente Esmeraldo Prata.

ESTIVERAM MAIS DUM MÊS SEM ASSISTÊNCIA MÉDICA E SEM UM ÚNICO MEDICAMENTO, pois nem sequer havia um comprimido de quinino no acampamento.

Perto de duzentos homens estiveram à mercê do tempo durante a estação mais doentia de África (Agosto a Outubro). Exceptuando dois, foram todos atacados com febres de 40 a 41 graus, sendo simplesmente tratados a água, morrendo os 7 acima mencionados. O primeiro duma diarreia de sangue, sem tratamento, e os restantes quási todos da terrível perniciosa.

Está satisfeito o ódio dos carrascos desses presos indefesos, mas só em parte, porque o seu desejo era vê-los todos mortos.

É esta a bondade da civilização cristã tão enaltecida pela imprensa portuguesa e pelo doce Patriarca em todas as suas perlengas aos homens de boa vontade da grei, como o tardado Manuel Martins dos Reis e o chacal Esmeraldo Prata!

Estes santos acham, porém, tudo isto pouco, e por isso ainda querem implantar entre nós a odiosa pena capital.

PROLETARIADO PORTUGUÊS! É necessário pôr-se imediatamente um fim a estas atrocidades. Exigi sem demora a libertação dos presos, que se encontram em Cabo Verde e em todos os presídios do nosso país e colónias!

A C.G.T. e a F.A.R.P.”

Aqui: https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=3889674