Month: Novembro 2016

(Rojava) Mais um anarquista, membro das Brigadas Internacionais, morto em combate


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O voluntário das YPG, natural dos Estados Unidos, que morreu a lutar contra o ISIS, Michael Israel (nascido em 1989), era um anarquista, membro dos IWW. Relatos iniciais indicavam que tinha morrido lado a lado com um voluntário alemão, vitimados por um ataque aéreo turco a norte de Raqqa. Até ao momento não foram revelados mais detalhes que possam esclarecer as circunstância em que foi morto. Já em Agosto tinha sido morto em combate, em Rojava, um outro voluntário anarquista norte-americano,  Jordan Mactaggart.

Um amigo escreveu na sua página de facebook: “é com o coração pesado que soube hoje que o heval (amigo, companheiro, em curdo) Michael Israel morreu a lutar contra o ISIS enquanto voluntário das YPG em Rojava: Michael era um homem cheio de fortes convicções; um lutador inspirado e idealista que combateu como nenhum outro por um mundo melhor, não só para um Curdistão melhor ou para uma América melhor. Ele passou toda a sua vida a lutar contra sistemas injustos que recusavam a paz, e percorreu os Estados Unidos consciencializando as populações contra a guerra do Iraque. Ele partilhava com todos as experiências e lições que viveu na Síria e nos Estados Unidos. Morreu como viveu, e o seu legado é um exemplo de como um verdadeiro revolucionário deve ser. A história vai glorificá-lo, entre muitos outros, como um dos maiores da nossa geração. Ele ensinou-me muito e nunca me vou esquecer dele. Rest in power heval.”

No dia 13 de Agosto, logo após voltar para Rojava, Mike tinha colocado o seguinte post: “com a libertação de Manbîc, as YPG e YPJ estão mais perto de cortarem ao ISIS a sua capacidade de transporte de materiais e pessoas através da fronteira turca. Uma vez que esta fonte de abastecimentos lhes for cortada, o ISIS ficará completamente isolado. Para vocês que estão no Ocidente, isto significa que eles não poderão continuar a passar o seu pessoal com a mesma facilidade para os estados europeus. Rojava assumiu querer tornar mais seguras as vidas daqueles que estão muito além das suas fronteiras face a estes fascistas. Por favor, não esqueçam os sacrifícios que Rojava tem feito ao lutar e a conter os grupos do ISIS. Façam o que puderem para apoiar a luta e a revolução em Rojava, contribuindo com o que possam. A Solidariedade Internacional. para quem tanto se tem sacrificado para livrar o mundo destes fascistas. é uma obrigação ”.

aqui: https://www.facebook.com/WorkersSolidarityMovement/posts/1621869404505533:0

https://insurrectionnewsworldwide.com/2016/11/30/rest-in-power-anarchist-comrade-michael-israel-killed-fighting-islamic-state-fascists-in-rojava/

https://www.facebook.com/michael.israel.92

https://www.facebook.com/YPGInternational/photos/a.1698056920479737.1073741829.1698006960484733/1948901635395263/?type=3&theater

mike

(opinião) Aos meus companheiros da esquerda. Uma reacção à morte de Fidel


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Enrique Guerrero-López (*)

Temos uma tendência lamentável para ver os países pelo prisma dos seus governantes, regra geral minimizando as diversas contribuições d@s de “baixo”. Em Miami, as pessoas dançam nas ruas, celebrando a morte de Fidel, enquanto muitos segmentos da esquerda dos Estados Unidos limpam a garganta para gritar “que viva Fidel!”

Esta caricatura a dois tons tem impedido a nossa capacidade para lidar com as belas, trágicas e desafiadoras contradições da história e a actual situação de Cuba sem mencionar o legado de Fidel. Embora Fidel ocupe um lugar importante na história de Cuba, Cuba não é Fidel e a Revolução cubana não pode nem deve ser reduzida a um só homem ou a um só movimento.

Aos meus companheir@s da esquerda, que com razão denunciam a falta de militância no movimento operário norte-americano, devemos celebrar um regime que sistematicamente estripou a actividade laboral independente na ilha, proibindo as greves, perseguindo os militantes sindicais e convertendo os sindicatos numa agência passiva do estado?

Aos meus companheir@s da esquerda, que com razão denunciam o racismo e a supremacia branca nos Estados Unidos, devemos celebrar um regime que declarou o “fim” do racismo na ilha depois da revolução, convertendo-o num tema tabu para o debate público durante décadas, um regime que impediu os afro-cubanos de se organizarem independentemente, tanto política como religiosamente. Ao mesmo tempo que fomentava uma ideologia anti-negro?

Aos meus companheir@s da esquerda, que lutam legitimamente pela libertação queer, devemos celebrar um regime que reuniu as pessoas queer e as pôs em campos de concentração?

Aos meus companheir@s da esquerda, que legitimamente lutam pela libertação dos presos políticos nos Estados Unidos, devemos celebrar um regime que encarcerou activistas políticos à esquerda de Castro?

Aos meus companheir@s da esquerda, que com razão lutam por uma educação universal gratuita nos Estados Unidos, devemos celebrar um regime educativo que privilegia quem tem mais recursos para replicar os desequilíbrios de poder existentes, um sistema que inclusivamente apologistas estatais, como o afro-cubano Esteban Morales, dizem que “educa os cubanos a serem brancos”?

Aos meus companheir@s da esquerda, que legitimamente lutam por um mundo mais além do capitalismo, devemos celebrar ou defender um regime que passou duma ditadura unilateral ao estilo soviético para uma forma sino-vietnamita de capitalismo de Estado?

Aos cuban@s que dançam nas ruas de Miami:

@s cuban@s de direita em Miami lamentam a ditadura na ilha enquanto abraçam a ditadura dos dois partidos do capital neste país.

@s cuban@s de direita em Miami denunciam a falta de “liberdades civis” na ilha, exigindo a libertação dos presos políticos enquanto a polícia mata @s negr@s impunemente nos Estados Unidos e Mumia [El-Jamal] e outros presos políticos continuam presos no sistema carcerário mais povoado do mundo.

@s cuban@s de direita de Miami queixam-se da falta de “liberdade de expressão” em Cuba, enquanto que os manifestantes nos Estados Unidos estão confinados a “zonas de liberdade de expressão”, os indígenas, protectores da água, estão a ser violentamente reprimidos pela polícia e a nossa infra-estrutura de comunicações está cada vez mais concentrado em menos mãos do que em qualquer momento da história deste país.

@s cuban@s de direita criticam a falta de “oportunidade” em Cuba, enquanto que nos Estados Unidos a mobilidade social está em grande declive, já que 10% d@s capitalistas mais ricos dos EEUU possui 75% da riqueza.

@s cuban@s de direita denunciam a violência do regime castrista a partir da posição privilegiada do maior império da história mundial, em defesa do Estado norte-americano, que segundo Martin Luther King Jr, era (e continua a ser) o “maior provedor da violência no mundo”.

Há muito que celebrar, no que diz respeito a Cuba e à sua história – desde Aponte e da salsa ao beisebol e a Las Kruidas  -, mas Fidel, na minha perspectiva, deve ser compreendido, não celebrado.

(*) Enrique Guerrero-López é membro da Black Rose Anarchist Federation / Federación Anarquista Rosa Negra e participa na Solidarity Networks in Austin, Texas.

Aqui: http://www.blackrosefed.org/companerxs-left-reaction-death-fidel/

(opinião/debate) O que morreu em Cuba com a morte de Fidel Castro?


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Preparação da marcha do 1 de Maio. Foto: Coletivo Taller Libertário Alfredo López

A morte de Fidel Castro não representa para o movimento anarquista, em geral, qualquer dor ou sentimento de perda, apesar de no início da Revolução Cubana muitos anarquistas terem saudado e caminhado em conjunto com o movimento que derrubou a ditadura de Fulgêncio Batista. Houve anarquistas que integraram o próprio movimento 26 de Julho, outros foram activos nas cidades e no movimento sindical. Mas foi sol de pouca dura.

Com a tomada do poder por Fidel e pelos seus companheiros, logo no início da década de 60 começou a repressão contra os anarquistas e contra todos os sectores que contestavam o poder totalitário da nova classe dirigente. Muitos anarquistas foram fuzilados nessa altura e muitos outros estiveram presos durante largos anos. O movimento anarquista, particularmente activo no meio sindical, foi destruído quase por completo, persistindo apenas em sectores do exílio e da emigração. Desde esse momento, o regime cubano assumiu o seu papel de colaborante com o bloco soviético – na repressão e no totalitarismo. Nem socialismo, nem liberdade. Capitalismo de Estado, centralismo e repressão foram, a partir daí, as traves mestras do regime cubano.

Hoje o anarquismo renasce em Cuba e na América Latina, através de militância, espaços, organizações, publicações, etc. Em Cuba tem tido um papel importante no debate de ideias o observatório crítico cubano, animado também por vários activistas do campo libertário, mas não só. Um dos seus colaboradores é o sociólogo e historiador cubano Haroldo Dilla Alfonso, professor universitário, actualmente residente em Santiago do Chile e  ex-director do Departamento de Estudos Latinoamericanos do Centro de Estudos sobre América de La Habana. Assumindo-se como marxista crítico, dissidente do regime, analisa a herança deixada por Fidel Castro, a quem acusa de simbolizar “um tipo de mudança revolucionária jacobinista e voluntarista, cujas conquistas nunca puderam compensar os seus imensos custos humanos”.

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(Anarcosindicalismo) Começa amanhã no País Basco um encontro para “refundar” a AIT com a participação de sindicatos de 9 países


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  • Sindicatos de nove países vão participar este fim-de-semana num encontro destinado a “reactivar” e “impulsionar” o trabalho da AIT e a coordenação entre os participantes
  • Vão participar delegações de sindicatos de Itália, Alemanha, França, Grécia, Reino Unido, Polónia, Argentina e Estados Unidos, entre outros países.

A nova sede do sindicato CNT em Barakaldo (País Basco) vai converter-se este fim de semana no epicentro de um evento histórico: representantes de organizações anarcosindicalistas de nove países reúnem-se nesta cidade para impulsionar a refundação da Associação Internacional de Trabalhadores (AIT) e para estabelecer novos canais de coordenação entre os participantes na reunião. O encontro começará amanhã, sábado, às 10 da manhã na sede da CNT, situada no número 10 da rua Castilla y León.

Segundo avançou a central anarco-sindicalista, este encontro surgiu a partir duma proposta da CNT em conjunto com os sindicatos USI de Itália e FAU da Alemanha. “O objectivo é dar um impulso à AIT através da sua refundação, já que consideramos que actualmente não cumpre de maneira satisfatória os seus objectivos”, destacaram os convocantes.

 “Consideramos que uma organização histórica como a AIT, que sempre esteve ligada à defesa dos direitos da classe trabalhadora acima de qualquer fronteira ou bandeira, deve ser reactivada urgentemente”, defendem. Este processo de refundação procurará unir todos os sindicatos que se identifiquem como anarcosindicalistas ou “sindicalistas revolucionários não verticais”, o que implica – entre outros aspectos – “não receber financiamento económico por parte do Estado nem dar apoio, enquanto organização, a nenhum projecto eleitoral”, o que garante a sua absoluta independência. Também se procurarão estabelecer novas vias de comunicação entre os participantes e serão analisadas as possibilidades de trabalho conjunto no âmbito internacional.

Durante o encontro os diversos participantes farão uma exposição sobre a situação nos seus respectivos países. Além disso, será feita uma leitura do contexto internacional e serão estabelecidas as prioridades que vão marcar o trabalho dos membros da AIT. Nesse contexto, as entidades convocantes apresentarão uma proposta de refundação desta Internacional, após o que a proposta será debatida pelos participantes.

A reunião – que continuará pela tarde de sábado e pela manhã de domingo – contará com a participação da USI (Itália), FAU (Alemanha), IP (Polónia) e ESE (Grécia), assim como das organizações CNT e CNT-AIT de França. Também haverá representantes da Industrial Workers of the World (IWW) do Reino Unido, USA e Alemanha, enquanto a histórica FORA da Argentina participará através de uma videoconferência. Pela sua parte, a CNT estará representada por uma delegação encabeçada pelo seu secretário-geral, Martin Paradelo.

aqui: http://www.cnt.es/noticias/barakaldo-acoger%C3%A1-un-encuentro-para-impulsar-la-refundaci%C3%B3n-de-la-ait

(Itália) Morreu Amedeo Bertolo, um dos mais activos anarquistas dos nossos dias


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É com muita tristeza que vos informo que anteontem, 22 de Novembro de 2016, morreu em Milão, com 75 anos, Amedeo Bertolo, uma das figuras mais importantes do anarquismo contemporâneo. Nele, pensamento e acção estiveram sempre ligados.

Para além de autor de textos fundamentais, traduzidos em várias línguas, foi um dos fundadores, ainda na década de 60, das Juventudes Libertárias de Milão, do Grupo Anarquista Ponte della Ghisolfa e da Croce Nera, juntamente com Pinelli.

Participou em algumas acções em Espanha, integrado na estrutura anarquista clandestina Defesa Interior, e fez parte do grupo italiano que raptou o vice-cônsul espanhol em Milão, para tentar evitar a pena de morte a que tinham sido condenados alguns anarquistas espanhóis e chamar a atenção da imprensa europeia para o franquismo. Face à pressão internacional, Franco comutou as penas dos companheiros espanhóis em prisão perpétua e, passados alguns anos, foram libertados. Todos os membros do grupo de “raptores” foram presos pela polícia italiana e Amedeo Bertolo, que tinha fugido para França, voltou no dia do julgamento, entrou no tribunal disfarçado de ajudante do advogado e a sessão foi transformada num ataque cerrado ao estado e ao franquismo. No fim, saíram todos em liberdade com penas simbólicas.

Fundou e participou nas revistas Interrogations, Volontà, Antistato e A. Dedicou grande parte da sua vida a denunciar o assassinato de Pinelli pelo estado italiano e a provar que os atentados de 1969 tiveram origem na extrema-direita e nos serviços secretos. Foi um dos organizadores do célebre Encontro Anarquista Internacional realizado em Veneza em 1984. Fundador também do Centro de Estudos e Arquivo Pinelli em 1976 e em 1986 da editora Eleuthèra. Toda uma vida dedicada à acção e à divulgação do anarquismo.

Nos últimos anos, o pessimismo em relação ao futuro do anarquismo e da humanidade apoderara-se dele. Desistiu da escrita (“não tenho mais nada para dizer”), começou a sofrer da doença de Parkinson e, desgostoso, reduziu a a sua actividade à editora Eleuthèra.

Perdi um amigo muito querido e o Anarquismo perdeu um grande pensador e activista. Que a terra te seja leve, companheiro!

Mário Rui Pinto (aqui)

(25 Nov.) Esta sexta-feira marchas no Porto, Coimbra, Lisboa e Covilhã contra as violências machistas


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#AltPt 25 de Novembro | Marchas contra as violências machistas #Porto, #Coimbra, #Lisboa e #Covilhã

Esta sexta-feira sai-se à rua contra as violências machistas. Marchas e várias actividades estão convocadas para quatro cidades portuguesas:

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(vídeo) Terramotourism: um documentário sobre o turismo que está a destruir Lisboa.


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Após 3 anos de recolha de imagens na cidade de Lisboa e sobre o processo de turistificação que está a acontecer na cidade está finalmente pronto o documentário-denúncia do turismo que destrói Lisboa como um outro grande sismo.

Sobre o projeto:

A 1 de novembro de 1755 um terramoto destruiu a cidade de Lisboa. O seu impacto foi tal que deslocou o homem do centro da criação. As suas ruínas legitimaram o despotismo esclarecido.

Lisboa hoje treme novamente, abalada por um sismo turístico que transforma a cidade a velocidade de cruzeiro. O seu impacto desloca o morador do centro da cidade. Que novos absolutismos encontrarão aqui o seu álibi?

Enquanto o direito à cidade derruba-se, afogado pelo discurso da identidade e do autêntico, a cidade range anunciando o seu colapso e a urgência de uma nova maneira de olhar-nos, de reagir a uma transformação, desta vez previsível, que o desespero do capitalismo finge inevitável.

Left Hand Rotation é um coletivo estabelecido em Lisboa desde 2011.

Terremotourism é um retrato subjetivo de uma cidade e a sua transformação ao longo dos últimos 6 anos.

Coletivo Left Hand Rotation
www.lefthandrotation.com
www.museodelosdesplazados.com

link do vídeo: https://vimeo.com/191797954

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Quando a política [a]condimenta as iguarias: Avillez no Round Tables 2016 em Telavive.


Na sexta-feira, no Porto, um restaurante de José Avillez foi atacado em resposta à participação do chef no Round Tables, um festival gastronómico em Tel Aviv. Para além da tinta vermelha espalhada na fachada, foram colados nas portas e janelas vários papéis em que se podia ler “Liberdade para a Palestina”, “Avillez colabora com a ocupação sionista” e “Entrada: uma dose de fósforo branco”.

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(Brasil) Jovens entoam versão portuguesa do hino da CNT no funeral de Guilherme Irish


Durante o velório de Guilherme Irish, o jovem brasileiro morto pelo pai por discordar da sua participação na ocupação da Universidade de Goiânia, um grupo de companheiros da UFG, que ocupa a Universidade neste momento, efectuou uma homenagem simbólica ao estudante de Matemática e activista dos movimentos estudantis.

Entoando a versão portuguesa do Hino da CNT “A las barricadas” quiseram, de forma simbólica, com a canção e, no final, com um abraço ao caixão, efectuado por cerca de 25 companheiros seus, testemunhar a sua solidariedade para com a luta em que Guilherme se tinha envolvido: a construção de um outro mundo, um mundo novo, mais solidário e fraterno.

http://www.opopular.com.br/editorias/cidade/durante-vel%C3%B3rio-colegas-da-universidade-prestam-homenagem-a-jovem-morto-pelo-pai-1.1180571

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Homenagem em várias escolas ocupadas à memória de Guilherme:

 

 

 

(Lisboa) Solidariedade com Rafael Braga


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Sessão solidária com Rafael Braga na Disgraça (Rua da Penha de França 217B, Lisboa), na quarta-feira, dia 23 de Novembro, pelas 20 horas (jantar+conversa)

Rafael Braga é um jovem negro da periferia do Rio de Janeiro que se encontra desde 20 de junho de 2013 preso no sistema prisional do estado do Rio de janeiro. Ele é o unico preso das manifestações de junho de 2013, acusado de porte de material explosivo.

O destaque desta história é que Rafael nem estava de fato na manifestação: Rafael era um guardador de carro que acabou sendo preso nos arrastões promovidos pela Polícia Militar do Rio de Janeiro durante as manifestações, e o tal do material explosivo que Rafael portava eram produtos de limpeza utilizados para limpar os carros, meio através do qual Rafael sustentava a sua família.

Dentre todos detidos na noite, Rafael foi selecionado e enviado para o Complexo Penitenciário de Japeri para aguardar julgamento. Cinco meses depois, em dezembro de 2013, ele foi condenado a 5 anos e 10 meses de reclusão por porte de material explosivo, mesmo a defesa tendo apresentado laudos inclusive do esquadrão antibombas provando que o material de limpeza que carregava não tinha possibilidade explosiva.

O caso de Rafael acabou por ser um símbolo da desigualdade e da seletividade do sistema penal brasileiro, que mantêm hoje a quarta maior população carcerária do mundo, sendo uma maioria desproporcional de negros oriundos das camadas mais pobres da população, condenados de modo arbitrário por um sistema que oferece tudo menos justiça.

O caso de Rafael teve diversos outros capítulos, sendo o último deles, ao receber o direito de sair no regime semi aberto, o flagrante forjado de Rafael com uma quantidade considerável de drogas (chamado pela imprensa alternativa de kit flagrante) enquanto ia para a padaria comprar pão.

Neste mês de novembro, que no Brasil se lembra o mês da consciência negra, a campanha de Liberdade para Rafael Braga procura impulsionar a divulgação do caso, pois não é um caso isolado, reflete a guerra do governo brasileiro contra os negros e pobres, transvestida de guerra contra as drogas. Para tal, se chama manifestações e atividades beneficentes, para divulgar o caso e levantar fundos para a defesa e auxilio da sua família.

Convidamos todos e todas então para neste dia 23/11 comparecerem ao jantar beneficente + bate papo sobre o caso.

Solidariedade é mais que palavra escrita!
Pela liberdade a Rafael Braga! Nenhuma complacência com o estado racista e policial!

Mais informações sobre o caso, https://libertemrafaelbraga.wordpress.com/about/

Iniciativa: https://www.facebook.com/events/1724295361224682