Month: Setembro 2023

Por um novo Ateneu Libertário em Lisboa!


O espaço que o Centro de Cultura Libertária (CCL) ocupa e arrenda há quase 50 anos está novamente em perigo. A contínua pressão exercida pela gentrificação e pelo mercado imobiliário, que tantas pessoas e associações tem despejado e forçado a sair do centro das cidades, volta a atingir o CCL, desta vez com força definitiva: depois de anos de ameaças e processos de despejo a que resistimos, em Março de 2024 o CCL terá mesmo de deixar a sua histórica sede em Cacilhas.

Queremos um espaço novo que sirva não só o CCL como também a comunidade libertária portuguesa, um espaço protegido de novas ameaças de despejo, que nos pertença. Por isso, o colectivo do jornal centenário A Batalha e o colectivo da BOESG decidiram juntar os seus esforços ao CCL para a aquisição de um espaço conjunto que seja um novo Ateneu Libertário na zona de Lisboa. Um espaço que aloje a biblioteca, o arquivo e a livraria do CCL, e também os importantes acervos da BOESG e de A Batalha. Um espaço de difusão e proteção da cultura libertária que tenha por objetivo a recuperação e a protecção da memória, o encontro e o dinamismo das ideias anarquistas. Um espaço aberto a novos e velhos colectivos que dele queiram fazer uso.

Nos próximos meses multiplicaremos as iniciativas de angariação de fundos e apelamos à contribuição de todas as pessoas e colectivos solidários através de donativos, da realização de eventos e da divulgação da campanha. Sabemos que temos pela frente uma difícil tarefa, mas acreditamos que pela força do conjunto e pela solidariedade anarquista conseguiremos levar esta ideia a bom porto.

Dados da conta bancária para donativos:

Titular: CENTRO DE CULTURA LIBERTÁRIA
IBAN: PT50003501790000215493029
BIC: CGDIPTPL

MBWAY: 913 125 532

Liberapay: https://liberapay.com/CCL/donate

Paypal:https://www.paypal.me/cculturalibertaria

Crowdfunding:https://whydonate.com/en/fundraising/anarchistcenter

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20, 21 e 22 de setembro – Carlos Taibo – Conferências no Algarve e no Baixo-Alentejo – “Alterações climáticas. Colapso. Decrescimento. A ibéria esvaziada. Turismo massificado no litoral versus despovoamento do interior.


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Conferências de Carlos Taibo em Faro, na Associação Recreativa e Cultural de Músicos, dia 20 de setembro, às 21 horas; em Portimão, no Clube União, dia 21 de setembro , às 21 horas e em São Luís (Odemira), no Espaço Nativa, dia 22 de setembro, às 17 horas

Neste mundo em mudança, cada vez a perplexidade é maior. As desigualdades sociais, as alterações climáticas, as diferenças entre um litoral superpovoado e um interior desertificado, um norte próspero e um sul cada vez mais miserável, obrigando milhões de seres humanos a migrarem, sem o mínimo de condições, para uma Europa imaginada, com o Mediterrâneo transformado num autêntico cemitério, não param de se agravar.

Tudo isto, em conjunto com a delapidação irreversível dos recursos naturais, torna inevitável o Colapso. Social. Ambiental. Civilizacional.

Carlos Taibo foi durante mais de 30 anos professor de Ciência Política na Universidade Autónoma de Madrid e é autor de cerca de uma centena de livros, com uma temática diversificada. Conhece em detalhe a situação em que hoje sobrevivemos e antecipa perigos – como o ecofascimo, e soluções – como a necessidade de olhar com outros olhos para o sempre reafirmado crescimento económico ou para a necessidade de descentralizar e descomplexizar as relações da vida em sociedade.

Falante de galego, é um exímio cultivador da língua portuguesa e as suas conferências em toda a Península Ibérica, seja em universidades ou em coletividades populares ou sindicatos, são seguidas por milhares de pessoas.

Nos últimos anos saíram vários livros seus em Portugal, destacando-se “Colapso: capitalismo terminal, transição ecossocial, ecofascismo”, Letra Livre/Jornal Mapa, 2019 (já esgotado) e “Ibéria Esvaziada – Despovoamento, Decrescimento, Colapso”, Letra Livre, 2022.

Carlos Taibo vai estar no Algarve nos próximos dias 20 de setembro (Faro), 21 (Portimão) e Alentejo Litoral, 22 (São Luís) para abordar estes temas em conferências abertas a todos e a que se seguirá um período de debate, com o apoio de vários coletivos locais e de instituições como a Associação Recreativa e Cultural de Músicos, em Faro, o Clube União, em Portimão, o Espaço Nativa (sede da Regenerativa Cooperativa Integral), em São Luís, ou o jornal MAPA. A organização é do Comité Custódio Losa, da Tertúlia José Buísel, da Regenerativa Cooperativa Integral e do jornal MAPA.

Esperamos-te numa das sessões. Entrada livre em todas elas.

Indymedia Portugal de regresso. Parabéns! Faziam falta.


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Em Portugal nasceu no início do nosso século a “@zine” que depois se veio a transformar na pt.indymedia.org. Ao longo da década, os Centros foram sendo perseguidos ora pelo FBI ora pelos governos nacionais. O site da Indymedia em Portugal foi também atacado várias vezes, e esta é (cremos) a quinta versão do site em 22 anos! Vem com um design muito semelhante ao anterior.

No resto do mundo, a indymedia está a pouco vapor, com apenas alguns sites ainda on-line, como na Argentina, Barcelona, Atenas, Ecuador (nas redes sociais) ou em São Francisco. Faremos um esforço por contactar com estes coletivos para continuar a tentar trazer a indymedia de volta em todo o mundo.

Existem obviamente muitos outros projectos interessantes como os Medios Libres (um projecto de certa forma irmão da Indymedia), uma larga rede descentralizada de meios alternativos na Abya Yala (América do Sul) que tiveram as suas origens com as Zapatistas.

Há ainda projectos como o Centro de Medios Libres, a Rádio Kurruf, a Avispa Media, a Kaos en La Red, Channel Zero Network, a A-Radio Network, o Reseau MUTU , a Red de Medios de Los Pueblos, o El Salto, ou La Mula. Entre projectos amadores e profissionais, o mundo dos media mudou muito nas últimas décadas e continuará a mudar.

Este site que agora re-lançamos (de novo!), é um esforço conjunto entre vários coletivos, incluíndo:

Rádio Paralelo que foi quem manteve o domínio indymedia depois do último site desaparecer em 2018. A rádio paralelo está a partir montras desde 2016

PT Revolution TV que há 10 anos faz live stream de protestos e atos de contestação públicos

O eventos.coletivos.org, com o qual a Indymedia irá trocar conteúdo para informar sobre os eventos que as comunidades vão organizando. Este site é também de publicação aberta (moderada).

Agora que estamos de volta, queremos convidar todas as pessoas que participaram no passado, e deixar este projecto como legado às novas gerações.

CMI_PT

O grupo de trabalho que compõe esta nova edição do CMI ainda não está definido. Por isso, teríamos todo o gosto em que mais gente se juntasse ao grupo, e que pudéssemos em conjunto debater o que desejamos para o futuro da IMC.

Para já, criámos grupos de chat no Telegram e no Whatsapp, onde podemos entrar em contacto.

https://t.me/indymediapt

https://chat.whatsapp.com/JCbRSmeHykK2jWKpOObNeN

O Centro de Media Independente deveria preferencialmente ter redação física também. Isto não é impossível. Se um ou dois espaços por cada cidade instalassem um computador público com acesso à internet (e a este website) podíamos ter redações físcas onde trabalhar com as e os nossos companheiros para noticiar os protestos e manifestações e outras atividades que as nossas comunidades organizam.

Rádio

A Rádio Paralelo, disponível em radio.indymedia.pt é a rádio da Indymedia em Portugal desde 2016, e talvez uma das únicas restantes no mundo a manter esse nome. Está sediada no Porto, num computador velhinho, cheio de pelo dos gatos 🙂

Esperamos em breve conseguir abrir uma página de envio de ficheiros áudio diretamente para a rádio. Além disso, queremos abrir uma vaquinha online para recolher cerca de 200$ para um novo servidor.

Se quiseres colaborar com a rádio paralelo podes entrar em contacto connosco por email: paralelo@riseup.net ou por Whatsapp https://chat.whatsapp.com/CC6jOgodxzX2L6GdTbKCzd ou Telegram https://t.me/indymediapt/453

Federação

Uma das ideias que temos é recolher informação de outros sites libertários, anarquistas, ecologistas, queer feministas, etc. Para isso, precisamos de encontrar formas de colaboração explícitas entre a indymedia e outros meios, como por exemplo, o Jornal Mapa (o jornal mais bonito de todos), ou o Portal Anarquista (um dos maiores sites anarquistas em Portugal).

A hashtag #AltPT foi sendo usada ao longo dos anos coletivamente pelo Mapa, Guilhotina.info, Indymedia.pt, Portal Anarquista, que criaram a Rede de Informação Alternativa, e também pela PT Revolution TV.

Em 2016 decorreu em Coimbra o Encontro de Informação Alternativa. Aqui encontraram-se projectos do território português (Indymedia.pt, Jornal Mapa, Portal Anarquista e Guilhotina.info), de Madrid (Periódico Diagonal e Radio Vallekas) e da Catalunha (Jornal La Directa).

A Rede de Informação Alternativa surgiu em 2016 e foi um caso de colaboração entre vários coletivos de informação. O Portal Anarquista documentou em entrevistas uma série de conversas com os coletivos. Houve também uma entrevista com a indymedia.pt

As livrarias, bibliotecas e espaços anarquistas são um caso paradigmático da manutenção da informação digital fora da esfera das multinacionais, com quase todas as livrarias a manterem o seu próprio website, décadas fora. É o caso por exemplo da Gato Vadio, da Gralha (que está no mastodon), da Utopia, da Letra Livre, da Casa da Achada, do Centro de Cultura Libertária. A Disgraça mantém um site com calendário próprio, etc… Por contradição, os movimentos ecologistas, especialmente os de base, estão quase todos presos no facebook.

Gostaríamos de recolher os feeds de todos estes sites e criar um feed coletivo automático para juntar estes coletivos e dar ao público um espaço informativo de qualidade e livre através de RSS.

A “blogosfera” em portugal caiu nas mãos do instagram. A indymedia pode vir a ser um remédio coletivo para esta doença.

Será que podemos encontrar formas de partilhar conteúdos? Ou então, recriar redes de informação alternativa, onde possamos apoiar-nos mútuamente?

Estamos particularmente curioses com a possibilidade de sindicar conteúdo diretamente com os movimentos sociais. A ideia passa por receber os feeds diretamente dos sites ou blogues dos coletivos, movimetos, associações que compõem as lutas sociais. Para isso, esperamos conseguir contactar diretamente com cada um desses movimentos para entender qual a melhor forma de o fazer. Acreditamos que entre RSS e a publicação aberta conseguiremos fazê-lo técnicamente. Isto permitirá tornar a Indymedia de novo num centro importante de informação para as comunidades, depois do silênciamento imposto pelos estados, e da desintegração social e dos fluxos de informação digital (mas não só) efetuada pelo Facebook e outros que tais.

Isto é uma análise digital do mundo, será certamente limitada. Mas é feita em momento de inauguração de um site, portanto, vem em boa hora! Esperamos o vosso contributo. Os comentários e a publicação estarão sempre abertas. Vamos esquecer o facebook?

A história da Indymedia:

A rede Indymedia nasceu no calor da revolta de Seattle, como uma dimensão fundamental do movimento global. Um movimento que ultrapassa as tricas separadoras dominantes da acção política tradicional (reformismo/revolução, local/global, violência/não violência) e inventa respostas práticas para lhes esquivar (desde os Fóruns Sociais, como forma organizativa que tenta superar o canibalismo político, até à ‘desobediência civil protegida’, como original prática de rua). Várias centenas de activistas de meios de comunicação, juntamente com hackers e malta do software livre uniram- se, nos finais de Novembro de 1999, em Seattle, para criar um Centro de Meios de Comunicação Independente e cobrir os protestos contra a OMC. O sítio web aberto recebeu quase um milhão e meio de visitas durante a contestação à cimeira e converteu- se imediatamente no início de uma rede (que hoje tem mais de 100 centros, em todos os continentes) que promove uma informação outra no coração da globalização, na sua aorta comunicativa.

Centro de Media Independente

A rede IMC permite editar, de forma instantânea, notícias, relatos, análises, ou comentários, num sítio web acessível globalmente; anima a criação duma comunidade aberta e activa de utilizadores que se convertem, eles próprios, em meios de comunicação alternativa; reinventa um jornalismo político sem especializações. O CMI Portugal confia que as pessoas que publicam as suas notícias apresentem a sua informação de forma completa, honesta e exacta, evitando, dentro do possível, a simples propaganda. O conteúdo do sítio é, assim, criado através de um sistema de publicação livre: qualquer pessoa pode colocar notícias, seja em texto, seja em imagem. Através deste sistema de Média Directo, o CMI Portugal tenta causar o máximo de erosão possível nas linhas que dividem os repórteres daquilo que é noticiado, os produtores activos e a audiência passiva: as pessoas e colectivos podem falar por elas próprias.

aqui: https://cmi.indymedia.pt/