Month: Março 2016

(Estado Espanhol) Sentença do julgamento a Mónica Caballero e Francisco Solar


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Condenados a 12 anos de prisão os anarquistas Mónica e Francisco

A 30 de Março de 2016 foi notificado o advogado dos companheiros da sentença da Audiência Nacional que condena os anarquistas Mónica Caballero e Francisco Solar a 5 anos de prisão  pelas acusações de “lesões”, mais 7 anos por “danos com finalidade terrorista”, que somam um total de 12 anos de prisão para cada um deles. Foram absolvidos da acusação de “pertença a organização terrorista” e “conspiração” contra o mosteiro de Montserrat

Ante a condenação dos nossos companheiros temos o desafio de estender a luta e a solidariedade, de defender os nossos vínculos e as nossas ideias, negando-nos a que o seu mundo se reduza aos quatro muros que os mantêm presos.

Força aos nossos companheiros encarcerados, sempre presentes na nossa luta e no nosso quotidiano.

Não há um “dentro” e um “fora”, só inimigos contra o Estado e a autoridade.

Morte ao Estado e viva a anarquia!

Anarquistas

aqui: https://abordaxe.wordpress.com/2016/03/31/sentenza-do-xuizo-a-monica-caballero-e-francisco-solar/

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Rolling Stones em Cuba: um cartaz


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Rolling Stones em Cuba | cartaz do clube de fãs. [imagem Twitter/HIZUMI @showgan14]

O valor dos ícones para o capitalismo ou a importância da mercadoria-fetiche na sociedade do espectáculo globalizada.

“1
Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma imensa acumulação de espectáculos. Tudo o que era directamente vivido se afastou numa representação.

2
As imagens que se desligaram de cada aspecto da vida fundem-se num curso comum, onde a unidade desta vida já não pode ser restabelecida. A realidade considerada parcialmente desdobra-se na sua própria unidade geral enquanto pseudo-mundo à parte, objecto de exclusiva contemplação. A especialização das imagens do mundo encontra-se realizada no mundo da imagem autonomizada, onde o mentiroso mentiu a si próprio. O espectáculo em geral, como inversão concreta da, vida, é o movimento autónomo do não-vivo.

3
O espetáculo apresenta-se ao mesmo tempo como a própria sociedade, como uma parte da sociedade, e como instrumento de unificação. Enquanto parte da sociedade, ele é expressamente o setor que concentra todo o olhar e toda a consciência. Pelo próprio fato de este setor ser separado, ele é o lugar do olhar iludido e da falsa consciência; e a unificação que realiza não é outra coisa senão uma linguagem oficial da separação generalizada.

4
O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por imagens.

5
O espectáculo não pode ser compreendido como o abuso de um mundo da visão, o produto das técnicas de difusão massiva de imagens. Ele é bem mais uma Weltanschauung tornada efectiva, materialmente traduzida. É uma visão do mundo que se objetivou.

6
O espectáculo, compreendido na sua totalidade, é ao mesmo tempo o resultado e o projecto do modo de produção existente. Ele não é um suplemento ao mundo real, a sua decoração readicionada. É o coração da irrealidade da sociedade real. Sob todas as suas formas particulares, informação ou propaganda, publicidade ou consumo directo de divertimentos, o espectáculo constitui o modelo presente da vida socialmente dominante. Ele é a afirmação omnipresente da escolha já feita na produção, e o seu corolário o consumo. Forma e conteúdo do espectáculo são, identicamente, a justificação total das condições e dos fins do sistema existente. O espectáculo é também a presença permanente desta justificação, enquanto ocupação da parte principal do tempo vivido fora da produção moderna. (…)”

Guy Debord – A Sociedade do Espectáculo

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(análise) Sobre a visita de Barack Obama a Cuba


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Cayenas (*) negras para o degelo do Muro de Havana

Por Rafael Uzcátegui (**)

“Optar pela liberdade não é, como nos dizem, optar contra a justiça. Se alguém vos tira o pão, suprime ao mesmo tempo a vossa liberdade. Mas se alguém vos tirar a liberdade, estejam seguros de que o vosso pão se encontra ameaçado, porque este já não depende de vocês nem da vossa luta, mas sim da vontade de um amo. A miséria cresce à medida que diminui a liberdade e vice-versa” , – Albert Camus.

Que podemos dizer sobre os acontecimentos que têm lugar em Cuba nestes 20, 21 e 22 de Março de 2016? Algumas reflexões politicamente incorrectas, segundo a matriz das opiniões que temos lido nos últimos dias. Mas se, como aprendemos com Castoriadis, o projecto de autonomia começa quando alguém se interroga sobre a pertinência do que foi aprendido, e em consequência faz o esforço de pensar por si mesmo, não podíamos fazer menos por ocasião do degelo do Muro de Havana.

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(zona de Lisboa) Debates contra a exploração de gás de xisto e petróleo


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Convite para dois debates importantes na zona de Lisboa: na Parede e em Cacilhas

Sexta-feira, 25 de Março na SMUP (Parede) | 22.00H (*)
Sábado, 26 de Março no Centro de Cultura Libertária (Cacilhas) | 21.00H (**)

Organização de Cultura no Muro e Centro de Cultura Libertária,  com a participação da Plataforma Algarve Livre de Petróleo | Contra a exploração de gás de xisto e petróleo

A exploração de gás de xisto e petróleo na costa (em terra e no mar) está a avançar: as entidades envolvidas (empresas e órgãos estatais) estão lançadas neste seu novo negócio capaz de destruir territórios e relações sociais de uma forma irreversível. Essa exploração representa não só o perigo futuro do desastre – dos derrames de petróleo à infiltração de gás na água -, mas o desastre imediato: locais desfigurados, meios de subsistência arrasados, relações cortadas, habitats ocupados e contaminados.

Da mesma forma, aqui e ali surgiram e continuam a surgir dinâmicas e movimentos que contrariam as intenções dessas instituições, da denúncia ao contra-ataque.

O Centro de Cultura Libertária e a Cultura no Muro realizam duas datas dedicadas a este tema, como contribuição para uma luta que não se esgota nessas datas. Nestas duas sessões, participantes da Plataforma Algarve Livre de Petróleo (https://www.facebook.com/AlgarveLivreDePetroleo/?fref=ts) vêm falar sobre a exploração de gás e petróleo em Portugal e as suas experiências concretas na luta contra esse projecto; de seguida existirá espaço para o debate entre todos sobre estas e outras questões.

(*) 25 de Março, às 22h, Cultura no Muro (na Sociedade Musical União Paredense) – Rua Marquês de Pombal, 319, Parede
https://www.facebook.com/CulturaNoMuro/?fref=ts

(**)26 de Março, às 21h, com jantar às 20h, no Centro de Cultura Libertária – Rua Cândido dos Reis, 121, Cacilhas
http://www.facebook.com/CentroDeCulturaLibertaria

aqui: https://www.facebook.com/events/851844938257908/

(Hoje em Lisboa) Concentração junto ao Consulado Geral de Espanha


solidariedade
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Hoje, Quinta-feira, 24 de março, às  17h30.  R. Salitre, 3, Lisboa.
 
(Lisboa) Concentração junto ao Consulado Geral da Espanha em repúdio pelo julgamento fantoche dos anarquistas Mónica Caballero e Francisco Solar
Repudiamos o julgamento fantoche dos anarquistas Mónica Caballero e Francisco Solar que se encontram há mais de dois anos reféns do Estado espanhol.

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(refugiados) Sobre o “Pacto da Vergonha” assinado pela UE e pela Turquia


grécia

Sem ter cumprido o que prometera no acordo para acolher 800.000 mil refugiados, a Europa acorda o encerramento das suas fronteiras, não respeitando os Direitos Humanos. Um comunicado da Confederação Geral do Trabalho do Estado Espanhol sobre o pacto recentemente firmado entre a União Europeia e a Turquia.

No passado dia 19 de Março os chefes de Estado da EU, reunidos em sessão do Conselho Europeu (em que há governos de todas as cores), assinaram um acordo que ignora os mais elementares direitos e liberdades existentes em todos os tratados internacionais e na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Por mais que tenham querido dar o ar de uma negociação para melhorar os aspectos mais discutíveis do plano inicial, a verdade é que o texto assinado com a Turquia mantém o objectivo central de fechar as fronteiras europeias aos refugiados das guerras que assolam o Médio Oriente, especialmente a Síria.

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(Brasil) É preciso trazer o debate para fora do sistema de representação


brasil

Assembléia de alunos e alunas do movimento Ocupa Escola, 2015 – São Paulo

(artigo) Onde estão os anarquistas? Um grito para o silêncio

Em tempos de crise política no Brasil, vemos uma intensa polarização no debate que se resume a coxinhas e petralhas, esquerda institucional ou direita liberal/conservadora, golpe ou democracia, poder ou poder(?).

No entanto a realidade mostra que a esmagadora maioria da população não se encaixa em nenhum dos dois lados e está a margem da discussão.

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(Lisboa) Conversa sobre a revolução no Curdistão, na Disgraça


Cartaz-1
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Quinta-feira, dia 24 de Março, pelas 21h30
na Disgraça (Rua da Penha de França nº 217 a/b – Lisboa)
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Conversa sobre a revolução no Curdistão

Por um membro da Azadí-Plataforma de Solidariedade com o Povo Curdo de Barcelona

No Curdistão está a ser levada a cabo uma revolução social de uma magnitude não vista desde há décadas. Um novo paradigma político surgiu da resistência do povo curdo contra a opressão: o Confederalismo Democrático. Este paradigma tem como pontos chave a libertação da mulher, a luta contra o Estado e o capital, a tomada de decisões desde as bases, a autodefesa e a economia social e ecológica. Aqui podem descarregar o livro, em catalão, La Revolució Ignorada: Feminisme, democràcia directa i pluralisme radical a l’Orient Mitjà http://reconstruirelcomunal.net/wp-content/uploads/2015/03/La-revolucio-ignorada.pdf

E como de costume, às 20h, haverá jantar vegan!

Relacionado:

https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2014/10/08/porque-e-que-o-mundo-ignora-os-revolucionarios-curdos-na-siria/

http://www.jornalmapa.pt/2015/01/03/entrevista-com-david-graeber-sobre-rojava/

https://resistenciacurda.wordpress.com/2015/02/04/uma-entrevista-com-um-militante-do-daf-sobre-a-solidariedade-pelo-processo-social-em-rojava/

(atentados de Bruxelas) O terror tem muitas frentes


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Cimeira das Lajes, 16 de março de 2003. O contra-ataque do “Império” com os resultados que hoje se conhecem: o mundo está mais inseguro, embora mais desigual e mais policiado.
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bruxelas
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Bruxelas: imagem de vítimas dos atentados desta manhã
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Imagem de Kobane, semi-destruída e alvo constante de ataques do Estado Islâmico
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A propósito dos atentados de Bruxelas, de Rojava, do Curdistão, da NATO, da Turquia, das potências ocidentais e do Estado Islâmico. O terror tem muitas frentes.
Quando se fala de atentados do Estado Islâmico geralmente esquece-se que quem tem estado na primeira linha de combate ao Daesh têm sido os militantes curdos que instalaram no norte da Síria o confederalismo democrático de raiz libertária. Libertaram já Kobane e extensas áreas do domínio do terror totalitário islâmico. São eles também que lutam activamente contra o Estado Islâmico das montanhas de Rojava às ruas de Istambul, onde são também perseguidos pelo regime turco de Erdogan, membro da NATO e agora aliado e pago pela União Europeia para instalar campos de refugiados no seu território, mesmo contra a vontade destes.
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Capturar
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De 18 a 24 de Março, os curdos celebram o ano novo. Este sábado em Kobane, os habitantes da cidade puseram centenas de velas nas campas das pessoas assassinadas pelo Daesh. Em Istambul, como vem sendo hábito a policia turca reprimiu as celebrações do ano novo curdo (Newroz). 120 pessoas foram presas. A luta ali contra o Estado Islâmico e contra o exército turco é uma luta de todos os dias, com atentados constantes e milhares de mortos. E a Europa faz que não vê nem ouve.
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(textos) Brasil: crise política acentua divergências entre anarquistas “individualistas” e “pró-organização”


brasil

A discussão habitual – e que nos parece falsa – entre “individualistas” e “pró-organização” que ciclicamente atravessa o movimento anarquista parece estar agora a acontecer no Brasil. Infelizmente é uma falsa discussão porque a essência do pensamento libertário é conseguir conciliar esses dois aspectos: a defesa da individualidade e da especificidade de cada ser humano e o colectivo social onde todos nos integramos. Há companheiros que privilegiam mais um aspecto do que outro. Estão no seu direito. Parece-nos, no entanto, que a defesa da individualidade não se opõe à organização de tarefas nem à criação de modelos organizativos tendo em vista determinados fins. Mas compreendemos que, muitas vezes, mais do que organizar tarefas e concretizar objectivos, as organizações apenas se destinam a arregimentar pessoas, sem objectivos concretos de acção, o que motiva a reacção dos mais individualistas. Pelo que talvez seja mais interessante promover a organização em torno de objectivos muito concretos, quase imediatos, deixando que a pluralidade de opiniões e visões diversas enriqueça o movimento – que existe enquanto conjunto (mesmo não organizado) de indivíduos e grupos com um objectivo em comum:  – a destruição do capitalismo e a construção de uma sociedade sem exploração nem opressão, uma sociedade autogestionária, construída a partir dos de baixo, sem salariato nem Estado. Este texto do colectivo brasileiro “Aliança Libertária” critica o individualismo de alguns companheiros num encontro realizado este sábado em São Paulo (Brasil). Vale a pena ler e participar neste debate.

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