(Lisboa) Colóquio Homenagem a Kenneth White, com a sua presença – 21 e 22 de maio


image.jpeg

As linhas da Terra

Percursos geofilosóficos e geopoéticos no Antropoceno

Colóquio
Homenagem a Kenneth White, com a sua presença

Anfiteatro III, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa 

21-22 Maio

A língua filosófica e a língua poética podem falar a partir da Terra sem estabelecerem aí morada fixa. Formuladas a partir dela, formaram variantes e entrelaçamentos da linguagem em movimento, uma língua que percorre a terra e aí vai deixando rastos e alguns sulcos. Mas se formos verificar o modo como foi integrado e cultivado esse verbo planetário, a sua transmissão, a sua retórica, o modelo arquitectónico do seu desenvolvimento e o seu arquivo, encontraremos, frequentemente no caso da filosofia, mas a que a literatura não é estranha, categorias e formas que confundem o discurso sobre o mundo e as vozes que podem ser escutadas por intermédio do mundo. Tudo isto fixa a nossa ideia deste e vem pesar à Terra. 

A língua que passa pelo mundo, traçando nele linhas, é uma língua aberta à polifonia que aí ecoa. É atravessada pela polifonia dos elementos que se movem incessantemente. A polifonia das expressões de milhares de culturas humanas. E a polifonia dos inúmeros seres que vivem connosco. Todas essas vozes – que chegaram a participar da língua aqui evocada – entraram hoje em tumulto enquanto outras foram silenciadas definitivamente. É aquilo a que os humanos chamam o Antropoceno, a Era em que o homem põe fim à diversidade das expressões do mundo teorizando ao mesmo tempo a sua própria supremacia. 

Este encontro é também uma homenagem ao poeta, escritor e pensador Kenneth White, criador da Geopoética, propondo um exercício de escuta e expressão em comum com uma variante possível desta língua, a Geofilosofia. Nem o filósofo está liberto do que de poético lhe trazem as vozes intratáveis da Terra, nem o poeta se encontra dispensado dos saberes inteligíveis ou da reflexão epistémica que o seu ofício contém.

The Earth’s Lines

Geophilosophical and Geopoetic Pathways in the Anthropocene

Colloquium

A tribute to Kenneth White, in his presence

Philosophical and poetical speech can both give voice to the language of the Earth. In order to do that, no fixed address needs to be established for that to happen, as they form constant variants and webs whereby language wanders through the Earth. Grooves and tracks are thus formed. However, if we consider the way human speech has been developed and integrated into our terrestrial existence, its transmission, its rhetoric, its architectonic model and its archive, we frequently find categories and forms that confound human and historical worldviews with the voices of the Earth. All this can become a part of the Earth’s burden.

Throughout human existence, the Earth’s polyphony has been heard, the product of elements, living beings and thousands of human cultures. Today, a great uproar is rising. It is called the Anthropocene, a geological age wherein human supremacy is both theorized and imposed.

This academic encounter is also an occasion for a tribute to the poet, writer and thinker Kenneth White, the modern creator of Geopoetics. As he writes, «practically everything, in “our” age, is against the possibility of a clear and powerful language, able to say a presence and a transparency». Neither is the philosopher oblivious to a poetical listening of the Earth’s voices nor is the poet exempt from the epistemic reflection brought to him by his own craft.

Programa/Program

21 Maio/May

14:30 – Abertura / Opening Words

15:00 – 16:30 

Paulo Borges – O Tempo do Sonho. Poesia Cósmica e Metamorfose nas Culturas Indígenas

Paula Morais – Yoga e os mitos da presença: a dança, a escuta, a transformação

Pedro Cuiça, “Do (a)vistar ao ser (a) Montanha: uma forma de (geo)poética”.

16:30 – 16:45 – Coffee break

16.45 – 17:00 – Apresentação do nº 6 da revista Flauta de Luz, que inclui um dossier «Kenneth White», pelo editor, Júlio Henriques. / Book Launch: Flauta de Luz, no. 6.

17:00 – 17:30 – Jorge Leandro Rosa – «Não com a língua, mas com a vida». Acontecimento e grito.

17:30 – 19:00 – Kenneth White (conferência / keynote lecture) – The Rediscovery of the World / A Redescoberta do Mundo

19:00 – 20:00 – «Eternal Forest» (filme, 40 min.) – apresentação e leitura de poemas pela cineasta e artista Evgenia Emets, / Presentation and poetry recital by artist and filmmaker Evgenia Emets

22 Maio/May

15:00 – 16:30 

Maria José Varandas – A Tragédia dos Comuns e o Último Homem.

Felipe Milanez – Título a indicar / title to be announced

Ilda Castro – “Animalia Vegetalia Mineralia: conexões e movimentos” : uma reflexão sobre os sistemas humanos e os sistemas mais-que-humanos, macro e micro, na Natureza e no Antropoceno_Capitaloceno.

16:30 – 16:45 – Coffee break

16:45 – 17:45 

Alexandra Pinto – Um olhar cinematográfico sobre o Antropoceno

Isabel Alves – My First Summer in the Sierra e The living Mountain: as  linhas e as vozes da montanha. A demanda de uma geopoética da esperança.

18:00 – 19:30 – “Sur les chemins du Nord profond” (52 m) – Filme realizado por François Reichenbach e apresentado por Kenneth White, argumentista e protagonista. De Tokyo a Hokkaïdo,Kenneth White no percurso traçado por Matsuo Basho.

Debate.

Film screening presented by Kenneth White, script writer and protagonist. From Tokyo to Hokkaïdo, Kenneth White on the path drawn by Matsuo Basho.

Debate.

19:30 – Closing session

23 Maio/May

18:00 – Encontro com Kenneth White na Nouvelle Librairie Française

Deixe um comentário