CNT

(anarcosindicalismo) Nasce a Confederação Internacional do Trabalho


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No passado fim de semana de 11 a 13 de Maio reuniu-se em Parma, Itália, o Congresso Fundador de uma nova Internacional Anarcosindicalista, que agrupa algumas das maiores organizações anarcosindicalistas da actualidade. Portugal não tem qualquer representação nesta nova associação internacional.

Finalizado o Congresso e aprovados os estatutos, ficou fundada a Confederação Internacional do Trabalho (CIT), associação internacional que englobará o anarcosindicalismo e o sindicalismo revolucionário, composta por USI (Itália), FAU (Alemanha), CNT (Espanha), IWW (América do Norte), ESE (Grécia) e IP (Polônia).

A CNT ficará com a secretaria da internacional durante o primeiro biénio, posteriormente a FAU, e em terceiro lugar a IWW. Durante os primeiros cinco anos da internacional a USI encarrega-se da tesouraria. As cotas serão de acordo com o poder aquisitivo de cada país, reconhecendo-se 3 níveis de poder aquisitivo. O terceiro nível, mais baixo, será dirigido a países em desenvolvimento da América Latina, Ásia ou África.

Durante os próximos anos, os eixos de trabalho serão a formação, a ação sindical e a expansão. No âmbito formativo, se trocará informação laboral a nível internacional, se realizarão escolas de verão e se realizarão traduções de materiais para compartilhar. Por outro lado, na ação sindical se reforçará e estabelecerá o 8 de março como dia de luta de direitos das trabalhadoras e se compartilharão conhecimentos de diversos setores industriais.

Por último, a expansão se baseará em compartilhar contatos de organizações afins, tradução de propaganda e especial atenção ao trabalho com trabalhadores migrantes, sem direitos, transfronteiriços, etc. Outros objetivos a médio prazo serão o transporte, gênero, setor de restauração, trabalhadores encarcerados e migrantes, educação e saúde. Se acordou sediar o próximo congresso na Alemanha, a pedido da FAU,

Este Congresso internacional terminou entre aplausos e sinergias do sindicalismo combativo, após vários dias de intenso trabalho, com a sensação geral de se haver iniciado um projecto emocionante e que poderá  converter-se num marco histórico.

Fonte: http://cnt.es/noticias/fundaci%C3%B3n-de-la-confederaci%C3%B3n-internacional-del-trabalho-cit-en-parma

aqui (com ligeiras alterações):  https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2018/05/14/italia-fundacao-da-confederacao-internacional-do-trabalho-cit-em-parma/

(Itália) Congresso fundacional de nova Internacional Anarcosindicalista reúne-se este fim de semana em Parma


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Nova organização sindical anarcosindicalista, de âmbito mundial, vai nascer este fim de semana em Itália, depois da decisão da CNT espanhola e de outros sindicatos de abandonarem a AIT.

No próximo fim de semana de 11 a 13 de Maio reúne-se em Parma o Congresso fundacional da nova Internacional do Trabalho que pretende juntar todos os trabalhadores e trabalhadoras anarcosindicalistas e revolucionários de todo o mundo. O Copngresso será apresentado numa conferência de imprensa, na quinta-feira, 10 de Maio, às 11 horas, na sede da USI-AIT em Parma, na Via Testi, 2, lugar da realização do Congresso. Para o mesmo dia está programada uma apresentação pública às 9 horas no Círculo Municipal de Empregados, na Via Mentana, 31-A.

Esta importante iniciativa é o culminar de uma fase prévia de reuniões internacionais destinadas a dar continuidade aos ideais da internacional fundada em Berlim, em 1922. Ontem, como hoje, e mais ainda amanhã, é necessária uma organização libertária, assembleária e combativa, com o objectivo de defender os trabalhadores e as trabalhadoras de forma efectiva na actualidade e, ao mesmo tempo, estabelecer os pilares para construir uma nova sociedade em liberdade e igualdade, sem relação com os mecanismo do poder político e económico.

Na fundação participarão sindicatos históricos como a CNT (Confederación Nacional del Trabajo), fundada en Espanha em 1910, a FAU (Freie Arbeiter-Union), implantada na Alemanha em 1977, a IWW (Internacional Workers of the World), activa na América do Norte desde 1905, a FORA (Federación Obrera Regional Argentina), criada em 1901, a ESE grega ou a IP polaca. À USI-AIT ((Unión Sindical Italiana), criada em 1912 coube albergar o Congresso.

aqui: http://cnt.es/noticias/se-ultiman-los-preparativos-para-la-celebraci%C3%B3n-este-fin-de-semana-del-congreso-fundacional

Relacionado: https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2016/11/25/anarcosindicalismo-comeca-amanha-no-pais-basco-um-encontro-para-refundar-a-ait-com-a-participacao-de-sindicatos-de-9-paises/

https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2016/10/03/ait-carta-aberta-de-convite-para-a-conferencia-internacional-de-organizacoes-anarco-sindicalistas-e-sindicalistas-revolucionarias-a-realizar-em-bilbao-nos-dias-26-e-27-de-novembro/

https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2016/12/07/polemica-ait-desfilia-a-cnt-fau-e-usi-da-organizacao/

A CNT face ao referendo da Catalunha de 1 de Outubro


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A CNT face ao 1-O: frente à repressão, defender os direitos e as liberdades

Ante a escalada repressiva que estamos a sofrer depois da convocatória do referendo de autodeterminação na Catalunha do próximo 1 de Outubro, a Confederação Nacional do Trabalho não quer, nem pode, permanecer calada:

  • A CNT sempre se mostrou favorável ao direito à autodeterminação dos povos nos seus acordos tomados em Congresso. Não encontramos razões para repensar a nossa posição no caso do referendo catalão.
  • Os cidadãos da Catalunha devem poder expressar-se em liberdade. O direito a decidir sobre todos os aspectos que afectam as nossas vidas é o pilar de base para a construção de uma sociedade livre e igualitária.
  • A Constituição imposta pelo regime de 78 não pode servir como desculpa para negar a palavra à sociedade ou para quando as reivindicações sociais não agradam aos partidos no poder. A legitimidade, mais do que questionável de uma Constituição imposta em condições de excepção democrática, não é exigida da mesma maneira quando estes mesmos partidos acabam com a saúde universal, destroçam a educação pública, fazem crescer a desigualdade social com as suas políticas neoliberais ou limitam as nossas liberdades fundamentais.
  • A sociedade deve avançar no respeito pelos direitos e liberdades sem ter receio de que a sua luta possa infringir leis injustas. Pelo contrário, historicamente, a desobediência tem sido motor de progresso ao pôr em questão estruturas de poder aparentemente inamoviveis.
  • Por isso, a CNT denunciará e combaterá todos os movimentos repressivos do Estado que tentem coagir ou impedir que o povo, neste caso o catalão, expresse a sua vontade em completa liberdade.

 

#SensePor #SinMiedo

Secretariado Permanente da Confederação Nacional do Trabalho (CNT)

Bilbao a 20/09/2017

aqui: http://www.cnt.es/noticias/cnt-ante-el-1-o-frente-la-represi%C3%B3n-defender-los-derechos-y-libertades

(San Sebastian de los Reyes, 1977) O renascer da CNT


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Acabam de se completar 40 anos do enorme comício da CNT que teve lugar no dia 27 de Março de 1977 na praça de touros de San Sebastian de los Reyes, o primeiro depois das longas trevas franquistas.
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Nas palavras do então Secretário-Geral da CNT: “Ao meio dia a arena e as bancadas já estavam abarrotadas, oferecendo um espectáculo impressionante que os documentos fotográficos fazem chegar à posteridade. Juntaram-se umas 30 mil pessoas para ouvir a voz da CNT. O cenário era indescritível: centenas de bandeiras, os hinos da Organização, um grande clamor, as primeiras palavras de ordem que depois ouviríamos em milhões de reuniões e manifestações…” (Juan Gómez Casas. Relanzamiento de la CNT: 1975-1979)

(polémica) AIT desfilia a CNT, FAU e USI da organização


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Declaração do XXVI Congresso da AIT

De 2 a 4 de Dezembro de 2016 realizou-se um congresso da AIT com grande participação, em Varsóvia, Polónia, onde se decidiu continuar a reafirmar os objectivos, tácticas e princípios da AIT e o empenho em fortalecer e expandir a Internacional.

O congresso aprovou a criação de grupos para formação de organizadores nos locais de trabalho e actividades sobre estratégia para o local de trabalho. Também foi decidido organizar eventos promocionais pelo mundo fora, para facilitar a disseminação das nossas ideias e a animar os trabalhadores e as trabalhadoras a juntarem-se às nossas fileiras.

O congresso também aprovou uma série de novas filiações e, infelizmente, de desfiliações.

A CNT, FAU e USI foram desfiliadas como resultado do seu desprezo consciente pelos processos, estatutos e quotas da AIT. As tentativas divisionistas  e destrutivas do Comité Confederal da CNT em cumplicidade com a FAU e a USI não são nada mais que um ataque aos princípios, às tácticas e aos objectivos centrais da IWA-AIT e do anarco-sindicalismo.

Denunciamos duramente as suas tentativas de se apropriarem do nome da AIT e de criar uma organização paralela à AIT.

Reconhecemos o conflito interno dentro da CNT. Temos recebido declarações de apoio dirigidas ao congresso de cerca de 40 sindicatos locais de Espanha (tanto de actuais filiados como de antigos membros da CNT), e também estiveram presentes no congresso vários observadores destes e de outros sindicatos da organização.

Continuamos mutuamente solidários e incentivamos aqueles e aquelas que estão a lutar e a organizarem-se contra a exploração para se juntarem a nós

Aprovado pelo Congresso, 4 de Dezembro, 2016

aqui: http://www.iwa-ait.org/node/727http://www.iwa-ait.org/node/727

e aqui: http://ait-sp.blogspot.pt/2016/12/declaracao-do-xxvi-congresso-da-ait.html

relacionado: https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2016/11/25/anarcosindicalismo-comeca-amanha-no-pais-basco-um-encontro-para-refundar-a-ait-com-a-participacao-de-sindicatos-de-9-paises/

https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2016/10/03/ait-carta-aberta-de-convite-para-a-conferencia-internacional-de-organizacoes-anarco-sindicalistas-e-sindicalistas-revolucionarias-a-realizar-em-bilbao-nos-dias-26-e-27-de-novembro/

(Anarcosindicalismo) Começa amanhã no País Basco um encontro para “refundar” a AIT com a participação de sindicatos de 9 países


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  • Sindicatos de nove países vão participar este fim-de-semana num encontro destinado a “reactivar” e “impulsionar” o trabalho da AIT e a coordenação entre os participantes
  • Vão participar delegações de sindicatos de Itália, Alemanha, França, Grécia, Reino Unido, Polónia, Argentina e Estados Unidos, entre outros países.

A nova sede do sindicato CNT em Barakaldo (País Basco) vai converter-se este fim de semana no epicentro de um evento histórico: representantes de organizações anarcosindicalistas de nove países reúnem-se nesta cidade para impulsionar a refundação da Associação Internacional de Trabalhadores (AIT) e para estabelecer novos canais de coordenação entre os participantes na reunião. O encontro começará amanhã, sábado, às 10 da manhã na sede da CNT, situada no número 10 da rua Castilla y León.

Segundo avançou a central anarco-sindicalista, este encontro surgiu a partir duma proposta da CNT em conjunto com os sindicatos USI de Itália e FAU da Alemanha. “O objectivo é dar um impulso à AIT através da sua refundação, já que consideramos que actualmente não cumpre de maneira satisfatória os seus objectivos”, destacaram os convocantes.

 “Consideramos que uma organização histórica como a AIT, que sempre esteve ligada à defesa dos direitos da classe trabalhadora acima de qualquer fronteira ou bandeira, deve ser reactivada urgentemente”, defendem. Este processo de refundação procurará unir todos os sindicatos que se identifiquem como anarcosindicalistas ou “sindicalistas revolucionários não verticais”, o que implica – entre outros aspectos – “não receber financiamento económico por parte do Estado nem dar apoio, enquanto organização, a nenhum projecto eleitoral”, o que garante a sua absoluta independência. Também se procurarão estabelecer novas vias de comunicação entre os participantes e serão analisadas as possibilidades de trabalho conjunto no âmbito internacional.

Durante o encontro os diversos participantes farão uma exposição sobre a situação nos seus respectivos países. Além disso, será feita uma leitura do contexto internacional e serão estabelecidas as prioridades que vão marcar o trabalho dos membros da AIT. Nesse contexto, as entidades convocantes apresentarão uma proposta de refundação desta Internacional, após o que a proposta será debatida pelos participantes.

A reunião – que continuará pela tarde de sábado e pela manhã de domingo – contará com a participação da USI (Itália), FAU (Alemanha), IP (Polónia) e ESE (Grécia), assim como das organizações CNT e CNT-AIT de França. Também haverá representantes da Industrial Workers of the World (IWW) do Reino Unido, USA e Alemanha, enquanto a histórica FORA da Argentina participará através de uma videoconferência. Pela sua parte, a CNT estará representada por uma delegação encabeçada pelo seu secretário-geral, Martin Paradelo.

aqui: http://www.cnt.es/noticias/barakaldo-acoger%C3%A1-un-encuentro-para-impulsar-la-refundaci%C3%B3n-de-la-ait

(Brasil) Jovens entoam versão portuguesa do hino da CNT no funeral de Guilherme Irish


Durante o velório de Guilherme Irish, o jovem brasileiro morto pelo pai por discordar da sua participação na ocupação da Universidade de Goiânia, um grupo de companheiros da UFG, que ocupa a Universidade neste momento, efectuou uma homenagem simbólica ao estudante de Matemática e activista dos movimentos estudantis.

Entoando a versão portuguesa do Hino da CNT “A las barricadas” quiseram, de forma simbólica, com a canção e, no final, com um abraço ao caixão, efectuado por cerca de 25 companheiros seus, testemunhar a sua solidariedade para com a luta em que Guilherme se tinha envolvido: a construção de um outro mundo, um mundo novo, mais solidário e fraterno.

http://www.opopular.com.br/editorias/cidade/durante-vel%C3%B3rio-colegas-da-universidade-prestam-homenagem-a-jovem-morto-pelo-pai-1.1180571

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Homenagem em várias escolas ocupadas à memória de Guilherme:

 

 

 

(AIT) Carta aberta de convite para a Conferência Internacional de organizacões anarco-sindicalistas e sindicalistas revolucionarias a realizar em Bilbao, nos dias 26 e 27 de Novembro


Agosto de 1944: os anarquistas que libertaram Paris


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Nesta imagem podemos ver um soldado espanhol fazendo a saudação da CNT (simbolizando a solidariedade operária e o apoio mútuo) no momento da libertação de Paris, a 24 de Agosto de 1944. Os primeiros soldados a entrarem em Paris eram espanhóis e, na sua maioria, anarquistas e anarcosindicalistas. A história não os refere por isso mesmo: eram anarquistas, espanhóis, e lutaram durante décadas contra o fascismo. Em França e na Península Ibérica.

No dia 24 de Agosto de 1944, um grupo de veículos blindados e três tanques entram inesperadamente na capital francesa. Os parisienses julgam, de início, que fazem parte das tropas alemãs instaladas na cidade; depois reparam que não, que vestem uniformes do exército dos Estados Unidos e que são a vanguarda das tropas que devolverão a liberdade a Paris e, por conseguinte, a toda a França.

(mais…)

Ontem como hoje, a CNT reivindica a luta pela Revolução Social


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Num acto público realizado esta terça-feira frente ao monumento “la Huella”*, em Bilbao, no País Basco, a CNT** recordou todas as mulheres e homens que enfrentaram a ditadura franquista “desde o primeiro dia até ao último”. “Elas e eles mostraram-nos que a Revolução Social, a partir dos de baixo e contra os de cima, era tão possível como necessária. Só fazia falta coragem, dignidade e compromisso”, destacou a central anarcosindicalista.

Nesse sentido, a CNT reivindicou a luta de todas e de todos os seus militantes “a favor de uma sociedade radicalmente livre e justa. Dito de outra maneira, de uma sociedade construída com os pilares do comunismo libertário”. “O vosso caminho continua a ser o nosso”, precisou.

Ainda assim, a organização anarcosindicalista recordou que os vários governos surgidos depois da morte do ditador Franco “foram garantes da impunidade para os criminosos franquistas”. “Também o foram os partidos que se diziam de esquerda e que na mal chamada transição optaram por trair os seus companheiros e companheiras, em troca de uma falsa paz social que não foi outra coisa senão esquecimento e impunidade”, sublinhou.

Por último, a CNT reafirmou o seu compromisso com a luta por outro modelo social. “Hoje, como ontem e amanhã, estamos nas ruas e nos locais de trabalho, defendendo os direitos da classe trabalhadora, sempre com uma meta e um objectivo muito claros: construir uma sociedade livre, sem escravos nem exploradores”, apontou.

* Monumento no Monte Artxanda, de homenagem aos gudari (combatente, guerrilheiro, em basco).

** Confederação Nacional do trabalho (CNT) – Central sindical anarcosindicalista presente há mais de 100 anos no território espanhol e um dos grandes protagonistas da Revolução Espanhola iniciada em 1936.

aqui: http://www.alasbarricadas.org/noticias/node/36715