Day: Dezembro 27, 2017

(“A IDEIA” à Conversa com Carlos Taibo) Sobre a Revolução Russa


taibo

Carlos Taibo (n. 1956) é um sociólogo e activista ligado ao movimento libertário espanhol. Com vasta obra, o seu pensamento singulariza-se em cruzar a tradição libertária – apoio mútuo, autogestão, federalismo – com a ideia de decrescimento (Sérgio Latouche). Acabou agora de publicar Anarquismo y revolución en Rusia [1917-1921] (Los Libros de la Catarata, Madrid, 2017, 288 pp.), um largo estudo em oito capítulos em que se abordam os tópicos libertários da revolução russa – a oposição conselhista bolchevique, as diversas correntes do anarquismo russo, a comuna rural, a participação libertária nos sovietes, a aberração produtivista, a revolta de Cronstadt, a guerrilha camponesa na Ucrânia e a figura de Nestor Makno. Mantivemos com ele uma conversa sobre o livro e as questões mais escaldantes da revolução.

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“A Batalha”: um jornal com história, constantemente renovado


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Acaba de sair a edição nº 276 do Jornal “A Batalha”, que já vai na VI Série de publicação, totalmente remodelada, em termos gráficos e de conteúdo. A equipa que tem estado a relançar “A Batalha” desde há alguns meses apresenta agora um jornal renovado, mais jovem e inserido na actualidade.

Ao longo das suas 16 páginas destaque para  a entrevista a João Santiago, director de “A Batalha” e um dos históricos do anarquismo em Portugal, uma nota sobre a morte de Manuel Vieira, antigo colaborador do jornal, um artigo de M. Ricardo Sousa sobre “Os anarquistas e a esquerda” e vários textos sobre a “Catalunha Insurgente”. Notas de última página sobre a actualidade anarquista, a recuperação de um texto de Gonçalves Correia “Carta a um caçador” e um artigo sobre o grupo anticarcelário francês “Os Cangaceiros” de Mário Rui Pinto enriquecem ainda esta edição.

O jornal “A Batalha”  foi fundado em 23 de Fevereiro de 1919, no mesmo ano em que surgiu a Confederação Geral do Trabalho (CGT) portuguesa, de tendência anarcosindicalista, de que seria porta-voz.  Como jornal diário alcançou a terceira maior tiragem em Portugal, embora permanentemente alvo de censura e com edições apreendidas. Cessou a sua publicação regular a 26 de maio de 1927 – praticamente um ano depois do golpe militar de 28 de Maio de 1926 -, data em que as suas instalações foram destruídas pela polícia, tendo posteriormente tido várias edições clandestinas ao longo da ditadura salazarista. Recomeçou a publicar-se regularmente, enquanto jornal sindicalista revolucionário, após o 25 de Abril de 1974, tendo a sua primeira edição desta série visto a luz do dia em Setembro desse mesmo ano.

Assumindo agora sua vertente de expressão anarquista – e não já anarcosindicalista – “A Batalha” renovada é um projecto que merece o apoio de todos os libertários, enquanto instrumento indispensável para a divulgação e debate das ideias anarquistas.

Está de parabéns a equipa de jovens e menos jovens que decidiu renovar e relançar o jornal.