Day: Janeiro 18, 2015

(memória libertária) Custódio da Costa, o anarquista encarregue de dar o sinal para o 18 de Janeiro de 1934 em Lisboa


custódio da costa

Custódio da Costa (Esgueira, 1904 – Lisboa, início dos anos 80) era o anarquista encarregue de fazer explodir uma bomba no Miradouro da Senhora do Monte, na Graça, em Lisboa, às 3 horas da manhã do dia 18 de Janeiro de 1934, sinal combinado para fazer eclodir o movimento contra a fascização dos sindicatos. Não o fez por decisão do Comité Nacional da CGT, uma vez que no dia anterior um atentado comunista contra a linha férrea na Póva de Santa Iria tinha posto a polícia de sobreaviso. Durante todo o dia são mandados telegramas e outra forma de avisos para vários pontos do país informando que o movimento tinha sido suspenso. No entanto, há levantamentos operários em localidades como Almada, Silves e Marinha Grande.

Custódio da Costa, como largas dezenas de militantes e dirigentes da CGT, é preso e será um dos “fundadores” do Tarrafal onde estará encarcerado durante 16 anos. Padeiro, do Sindicato confederal dos Manipuladores de Pão, estará presente no ressurgir libertário após o 25 de Abril de 1974. Ligado ao grupo que edita “A Batalha”, durante vários anos acompanhará as gerações mais novas nas sedes da Angelina Vidal, D. Carlos I ou Álvares Cabral em Lisboa.

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18 de Janeiro de 1934: o fim dos sindicatos revolucionários em Portugal


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para ler e download aqui: https://colectivolibertarioevora.files.wordpress.com/2014/01/textos-18-janeiro.pdf

Assinala-se hoje mais um aniversário do 18 de Janeiro de 1934, data do levantamento frustrado contra a fascização dos sindicatos tendo na primeira linha a CGT anarcosindicalista. O movimento foi suspenso à última da hora, mas ainda teve ecos na zona de Almada, Silves e Marinha Grande, entre outras localidades. A história está feita e à conhecida. Com o falhanço do movimento e a prisão de centenas de militantes anarquistas e comunistas, muitos deles posteriormente enviados para o Tarrafal, começou o declínio do sindicalismo revolucionário e do anarcosindicalismo no seio dos trabalhadores portugueses. A repressão do movimento sindical de influência anarquista foi brutal, os sindicatos fechados, os seus bens e sedes, fruto de muitos esforços e de muita luta dos seus associados, foram tomados pelo aparelho sindical fascista e os seus dirigentes mais destacados presos, agredidos ou mortos. Há um ano o “Portal Libertário” coligiu numa pequena colectânea vários textos sobre este movimento, que embora não tenha cumprido os seus objectivos (que era derrubar a ditadura) mostrou que os trabalhadores portugueses não se deixavam vergar sem luta. Honra seja feita a estes homens e mulheres que há 81 anos mostraram o seu repúdio e revolta contra a ditadura fascista.

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