18 de Janeiro de 1934: o fim dos sindicatos revolucionários em Portugal


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para ler e download aqui: https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/wp-content/uploads/2014/01/textos-18-janeiro.pdf

Assinala-se hoje mais um aniversário do 18 de Janeiro de 1934, data do levantamento frustrado contra a fascização dos sindicatos tendo na primeira linha a CGT anarcosindicalista. O movimento foi suspenso à última da hora, mas ainda teve ecos na zona de Almada, Silves e Marinha Grande, entre outras localidades. A história está feita e à conhecida. Com o falhanço do movimento e a prisão de centenas de militantes anarquistas e comunistas, muitos deles posteriormente enviados para o Tarrafal, começou o declínio do sindicalismo revolucionário e do anarcosindicalismo no seio dos trabalhadores portugueses. A repressão do movimento sindical de influência anarquista foi brutal, os sindicatos fechados, os seus bens e sedes, fruto de muitos esforços e de muita luta dos seus associados, foram tomados pelo aparelho sindical fascista e os seus dirigentes mais destacados presos, agredidos ou mortos. Há um ano o “Portal Libertário” coligiu numa pequena colectânea vários textos sobre este movimento, que embora não tenha cumprido os seus objectivos (que era derrubar a ditadura) mostrou que os trabalhadores portugueses não se deixavam vergar sem luta. Honra seja feita a estes homens e mulheres que há 81 anos mostraram o seu repúdio e revolta contra a ditadura fascista.

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Militantes presos na Fortaleza de Peniche pela sua acção no movimento do 18 de janeiro de 1934 
José Francisco, fogueiro da marinha mercante e posteriormente empregado de escritório, e militante anarcossindicalista, aqui num grupo de presos políticos na fortaleza de Peniche. Fotógrafo não identificado. No verso: “Ao meu amigo (*) Joaquim Montes ofereço esta fotografia tirada no dia 25-12-1934 na Fortaleza de Peniche. (assina) José Bernardo”. (Nota de JF: Morto no Tarrafal). Adenda no verso, coluna à direita (autógrafo de JF): “Militantes presos em Peniche pela sua ação no 18 de janeiro de 1934. Ao centro [está] a mãe de José Francisco, 80 anos, de visita ao filho”. Alguns dos outros presos: Raposo, Vaz Rodrigues, Quaresma, Indeo (?) Martins, Barnabé, Le Pequeno (sic). Camponeses e trabalhadores de conservas, construção civil e marítimos. Estavam representadas todas as províncias de Portugal de Norte ao Sul”. Texto datilografado de J. Francisco (?) em folha A4 que acompanha as fotos: “ Fortaleza de Peniche – 1936. Um dia de visita. Os presos que fazem parte desta foto, na sua maioria militantes cegetistas, cumprindo penas várias ou detidos sem culpa formada, após o 18 de janeiro de 1934, pertencem a todas as regiões de Portugal, desde o Algarve ao Norte do país e das mais variadas profissões: camponeses, conserveiros, construção civil, alfaiates, comércio, etc. Entre os que puderam ser identificados encontram-se: José Francisco, ao lado de sua mãe, que por unanimidade de todos resolveram que figurasse na foto, com os seus 83 anos de idade; Barnabé Fernandes, do Barreiro; José Quaresma, de Setúbal, Jorge Viancad R Raposo, da Juventude Libertária de Lisboa. António Inácio Martins, anarquista do Porto, José Bernardo, de Setúbal”. Esta fotografia foi conservada pelo próprio, e por ele entregue ao Arquivo Histórico-Social, criado pelo Centro de Estudos Libertários, reunido em Lisboa nos anos 1980-1987 e depositado na Biblioteca Nacional, o qual foi depois doado a esta instituição e posteriormente acrescentado de mais alguns espólios e doações. Aqui: http://mosca-servidor.xdi.uevora.pt/projecto/index.php?option=com_jumi&fileid=12&id=647

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